terça-feira, 1 de setembro de 2015

OS CLIENTES ACHAM SEU TRABALHO FOTOGRÁFICO CARO? SEM "MIMIMI" - VAI VER QUE É MESMO!


Todos os dias, quando visito foruns e grupos relacionados à fotografia na internet, me deparo com inúmeras reclamações: são fotógrafos incomodados com valores, que outros cobram, jogando para baixo o preço mínimo praticado no mercado; são palavras de revolta contra clientes, que pedem descontos abusivos ou mesmo, fazem propostas desrespeitosas, entre outros "mimimis".

Infelizmente, isso não ocorre só na fotografia - é questão de cultura.

Mas uma coisa, chama a atenção - a maioria não sabe, sequer, o custo de sua hora de trabalho; não lida, apesar de querer, com a fotografia como negócio e não sabe como se posicionar no mercado de forma, que seu trabalho tenha o valor almejado.

Não há estratégia definida e por isso, os resultados ficam abaixo do esperado.

Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer estrada serve.

A maior parte dos fotógrafos trabalha sozinho, como autônomo, o que exige um perfil empreendedor, disciplinado e comprometido com o sucesso - é preciso estabelecer metas e estratégias para alcançá-las.
É preciso - por mais básico, que seja - coocar tudo no papel e monitorar o resultado de cada passo dado.

O Valor do seu Trabalho

Voltando a falar de "VALOR" - tenha consciência de que valor e preço são conceitos bastante diferentes.

Preço é o que o cliente paga pelo produto/ serviço e valor, é o que ele leva, ou seja, os benefícios, que terá realizando a compra.

Em virtude de nossa própria cultura, grande parte dos clientes tende a negociar um preço melhor, do que aquele que oferecemos - a grosso modo, em nosso país, isso se deve ao hábito dos fornecedores, de estabelecerem preços muito acima do justificável, para seus bens e serviços. É a cultura do ganhar muito, com o menor esforço e rapidamente e da supervalorização de seu próprio trabalho.
Sem sequer questionar se o serviço ou produto realmente, vale o preço informado, o cliente tenta baixá-lo.

Para que não haja tanto questionamento, para que os clientes paguem o preço que pedimos, é preciso que ofereçamos VALOR.
 
Valor não é característica do serviço/ produto - é algo dado a esse serviço/produto pelo cliente.

Veja o Exemplo:

Quando uma mulher compra um perfume, ela não está comprando só o produto - está também, adquirindo glamour, sedução, bem estar. Isso é valor.
Se esse mesmo perfume for uma fragância exclusiva, embalada num vidro com design diferenciado, seu valor será, ainda maior.

Caso o perfume seja comum, como uma fragância produzida por várias perfumarias, embalado num vidro ordinário, seria considerado "caro" - haverá, sempre, algum fornecedor ofertando o produto por um preço menor.

Por outro lado, para um homem, que não se importa com isso, o perfume não terá valor algum, sendo portanto, considerado "caro".


Trazendo a afirmação para o universo fotográfico, valor não é próprio do trabalho fotográfico ou dos álbuns, fotolivros ou mídias e embalagens, nas quais entregamos as fotos - o valor a tudo isso, é dado pelo cliente.



A própria fotografia já carrega um certo valor para o cliente, independentemente, de nós, fotógrafos, prestadores de serviço.
Mas para que nosso trabalho não seja sucateado é preciso, que o cliente perceba nele, o valor maior, diferenciado.

Nesse ponto, nos deparamos com um fenômeno, atualmente, muito comum entre os fotógrafos - a falta de estilo, de identidade própria nos trabalhos fotográficos.

O mercado do ensino da fotografia foi descoberto e há um boom de cursos e workshops, que prometem ensinar técnicas mirabolantes, como receitas de bolo, muitas vezes, de gosto duvidoso.
Os fotógrafos menos conscientes pagam qualquer preço e correm, então, para aprender aquilo, que funcionou para fulano, naquele determinado momento, para aquele determinado público.
Inicia-se assim, uma sequência de cópias de técnicas, de padrões estéticos, de iluminação, realizadas por muitos.

Aqui, o trabalho fotográfico começa a perder seu VALOR: não há porque pagar um preço mais alto, se vários oferecem o mesmo serviço, com a mesma linguagem estética, por um preço menor.

Quantas vezes vejo trabalhos, tecnicamente, bem realizados, esteticamente interessantes, mas sem nenhuma personalidade - não consigo identificar a autoria, não ouço a voz do fotógrafo falando mais alto naquele discurso visual (muitas vezes me confundo).

Para que o trabalho do fotógrafo signifique VALOR e ele possa estabelecer um preço justo, que não será questionado, é preciso oferecer mais que uma cópia.


Oscar Wilde escreveu: "Vivemos em uma época onde sabemos o preço de tudo e o valor de nada!"

Pense sobre isso.

Um comentário:

  1. Bom pra gente pensar. Valor atribuído ao produto com certeza vai além do item vendido por si só. E além do item físico e do profissional, com certeza, vale a pena a gente refletir tb sobre nossa relação de atendimento. Relacionamento reais também fazem toda diferença, agregando ainda mais valor ao produto.

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