quarta-feira, 23 de setembro de 2015

OS PASSOS PARA A FOTOMETRIA PERFEITA



Atualmente, quase todas as câmeras fotográficas possuem ótimos fotômetros ou exposímetros, componentes internos, que trabalham no modo TTL, lendo a luz refletida pela cena e informando a “medida” correta, para se regular a câmera, na melhor forma de captura possível, de acordo com o programado no fimware da câmera (18% de luminosidade).

Isso significa a melhor configuração combinando a sensibilidade ISO, a abertura do diafragma da objetiva e a velocidade do obturador.

Além disso, oferecem vários modos de medição de luz – matricial, parcial, ponderada com predominância central, pontual, além de inúmeros pontos nos quais, pode-se ancorar a fotometria. Cada modo de medição considera um determinado percentual da cena para leitura.

Para realizar uma medição refinada, evitando erros, o Modo de Medição Pontual é o indicado – realizando uma medição cuidadosa, ele exige grande habilidade do fotógrafo, que deve avaliar onde será ancorada toda a luminosidade da fotografia, dependendo da área onde medirá a luz.

Como selecionar as configurações dos três parâmetros para obter a melhor exposição, para determinada cena?

Inicia-se pela definição da sensibilidade ISO – essa é a primeira variável definida e a última que se altera, uma vez que a alteração implicará em ocorrência de ruído na imagem e, consequente, perda da qualidade da fotografia.

Cada situação de iluminação demanda um ISO – devemos considerar que, quanto maior a luminosidade do ambiente, menor será o ISO necessário. O oposto é, também, verdadeiro – quanto mais escuro está o ambiente, maior será o ISO necessário.

Definido o ISO, devemos agora, avaliar qual das duas outras variáveis terá prioridade de escolha – abertura de diafragma ou velocidade de obturação.

Como escolher a próxima configuração?

01) Se a cena ocorre sem movimento significativo e a manipulação da profundidade de campo é fator de grande importância, a próxima escolha será a abertura do diafragma. Escolheremos, então, uma abertura maior para obtermos boa quantidade de luz no sensor e profundidade de campo reduzida no plano de foco – o fundo se apresentará desfocado, evidenciando o motivo principal da cena.

Se, nas mesmas condições de luminosidade e movimento, desejarmos uma foto em que todos os planos da cena estejam nítidos, utilizaremos uma pequena abertura de diafragma.

Em ambos os casos, deveremos compensar a abertura escolhida com a velocidade de obturação, tendo em vista, o ISO escolhido.

02) Se a cena a ser fotografada apresenta movimento e o fotógrafo deseja congela-lo ou registrá-lo, a prioridade deixa de ser a abertura do diafragma e passa a ser a velocidade de obturação.

A velocidade escolhida deverá ser proporcional à velocidade de movimento da cena, considerando-se ainda, a objetiva utilizada e as possibilidades do fotógrafo de manter a câmera imóvel ou em movimento, para manter o registro dentro da finalidade.

Como realizar a fotometria.

Todas as câmeras registram os parâmetros, que foram utilizados para a realização de uma fotografia – os dados ficam gravados, juntamente, com os dados da imagem.

Tomemos como exemplo para análise, a foto abaixo:


Velocidade 1/125 . Abertura f/11 . ISO 100 . Filtro Polarizador

Primeira escolha – ISO: pode-se afirmar, que a escolha de ISO 100, se deu pelo fato de termos boa iluminação, sob a luz do dia.

Segunda escolha - a velocidade de obturação: foi o segundo parâmetro a ser escolhido, pois de acordo com as condições de iluminação e objetivos do fotógrafo – registro do movimento da água – mostrou-se como prioritário. A velocidade utilizada foi de 1/125 seg (1 segundo, dividido por 125 = 0,008), menor do que a velocidade do movimento da água, considerando-se ainda, o uso do filtro polarizador, que reduz a luminosidade da objetiva.

Terceira escolha – a abertura do diafragma: a terceira e última variável a ser definida é a abertura do diafragma, que nesse caso, foi f/11, intermediária, adequada à cena – uma paisagem, que demanda nitidez em todos os planos de foco.

Como ajustar os parâmetros?

Os dois primeiros parâmetros serão definidos, manualmente, pelo fotógrafo. Para a definição do terceiro, o fotógrafo deverá lançar mão do fotômetro embutido no corpo da câmera – para isso, basta manter os dois parâmetros fixos, de acordo com a configuração escolhida, apontar a câmera/objetiva para o ponto onde se deseja medir a luminosidade, pressionar o botão de disparo até a metade, acionando o fotômetro e verificar, através do viewfinder, a leitura da luz refletida na Régua EV.




A leitura da luz refletida pela cena, demonstrada na Régua EV, deve estar na medida exata da fotometria, como mostrada no viewfinder, EV = 0. Se a Régua EV se apresentar com valores negativos (à esquerda do ponto zero, nas câmeras Canon e à direita do ponto zero, nas câmeras Nikon, podendo ser alterado através do Menu), a foto estará subexposta.

Se a Régua Ev apresentar valores positivos (à direita do ponto zero, nas câmeras Canon e à esquerda do ponto zero, nas câmeras Nikon), a foto estará superexposta. Note-se, que ter uma foto subexposta ou superexposta, não significa erro – tudo depende da intenção do fotógrafo.

A princípio, o ideal é regular o último parâmetro (abertura ou velocidade), para que a Régua EV seja mantida no Ponto Zero, mas o fotógrafo deve avaliar seus objetivos e a luminosidade do local, optando por um resultado mais claro ou mais escuro.

Em determinados casos, em que as condições de luminosidade são deficientes, o fotógrafo é obrigado a abrir mão de seu objetivo inicial, alterando os valores de configuração dos parâmetros – tenta-se, primeiro, alterar a abertura e velocidade e, por último, o ISO.

Assim que os parâmetros estiverem ajustados, basta disparar para realizar a fotografia – a câmera guardará as configurações das três variáveis, em sua memória. Para a próxima foto será necessário realizar todo processo novamente – para cada foto, uma fotometria.

O domínio da técnica exige treino e percepção da luz aguçada - exercite e boas fotos!

por Andreia Bueno



3 comentários:

  1. Ótimo artigo Andréia! Esses conceitos sempre causam muita dúvida na maior parte dos alunos e é preciso uma boa explicação para ajudar no entendimento.

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    1. Concordo, plenamente, Beth! São coisas simples, mas o mau entendimento acaba por criar dificuldades de se obter boas fotografias! Vamos buscando esclarecer tudo, que for possível, por todos os canais! Abraço!

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