Lance Keimig. |
Exposição e Histograma
Compreender histogramas é fundamental para a fotografia digital de sucesso, seja ela noturna ou diurna. Determinar a melhor exposição é um procedimento baseado na avaliação dos histogramas de luminosidade e RGB, na visualização da imagem no LCD da câmera, na observação do alerta de destaque e na análise da cena, com base na experiência.
Não existe um histograma perfeito, uma vez que esse é, simplesmente, a descrição dos tons de uma imagem. Entretando, um histograma que tende para a direita é mais flexível e possibilita uma melhor qualidade de impressão.
Compreender histogramas é fundamental para a fotografia digital de sucesso, seja ela noturna ou diurna. Determinar a melhor exposição é um procedimento baseado na avaliação dos histogramas de luminosidade e RGB, na visualização da imagem no LCD da câmera, na observação do alerta de destaque e na análise da cena, com base na experiência.
Não existe um histograma perfeito, uma vez que esse é, simplesmente, a descrição dos tons de uma imagem. Entretando, um histograma que tende para a direita é mais flexível e possibilita uma melhor qualidade de impressão.
O fotômetro da câmera executa a medição da luz refletida pela cena, com base em 18% de refletância, considerando que todos os tons que compõe a imagem estão próximos do cinza médio. Expor para o cinza médio ou 18% (ponto zero da exposição) provavelmente, produz a melhor exposição para imagens capturadas em JPEG, mas fotografias executadas em RAW tendem a se beneficiar de exposições adicionais.
Um arquivo RAW ideal é obtido com a maior exposição possível , produzindo um histogramadeslocado para a direita, sem que ocorram cortes em detalhes importantes nas áreas dos tons claros e das altas luzes. É fundamental a observação cuidadosa da cena para que seja tomada uma decisão correta em relação ao equilíbrio entre a exposição para a direita e a preservação de detalhes nas altas luzes.
Um arquivo RAW ideal é obtido com a maior exposição possível , produzindo um histogramadeslocado para a direita, sem que ocorram cortes em detalhes importantes nas áreas dos tons claros e das altas luzes. É fundamental a observação cuidadosa da cena para que seja tomada uma decisão correta em relação ao equilíbrio entre a exposição para a direita e a preservação de detalhes nas altas luzes.
Os Arquivos RAW
Para produzir imagens da mais alta qualidade possível, o fotógrafo precisa configurar sua câmera para capturar os arquivos em RAW em vez de JPEG. Arquivos RAW preservam todos os dados de imagem, que a câmera consegue registrar. Quando uma exposição é feita, luz que incide sobre pixels individuais é registada como tensão – sinal analógico - que é então, convertido num sinal digital de 12 ou 14 bits, dependendo do circuito da câmera. Câmeras que gravam arquivos de 14 bits podem, potencialmente, expressar 2¹⁴ (16384) tons ou níveis de brilho, por pixel. Se a câmera estiver configurada para gravar arquivos em JPEG, cada pixel poderá representar 2⁸ (256) diferentes tons. Os 14 bits de dados do arquivo de captura são compactados em 8 bits no arquivo JPEG. Tendo 16.384 níveis de brilho disponíveis para trabalhar com uma imagem, certamente, existe maior flexibilidade no momento do processamento.
É um equívoco acreditar que a câmera está ajustada, originalmente, para gravar em JPEG, porque sempre registra os dados da imagem, como na captura em RAW.
A diferença está no que ocorre com os dados depois de serem capturados. Uma câmera no modo RAW cria uma tag para cada configuração da imagem, feita na câmera - como balanço de branco - e as configurações de estilo de imagem - como contraste, nitidez e saturação. Esses metadados não alteram, realmente, a imagem. São, apenas, um conjunto de instruções para o software usado para abrir o arquivo RAW.
Conversores RAW desenvolvidos e fornecidos pelos fabricantes das câmeras, como o Nikon Capture NX ou Canon Digital Photo Professional, podem aplicar as pré- configurações de estilo de imagem no arquivo RAW , quando ele é aberto. Os aplicativos de terceiros, como Adobe Camera Raw ou Lightroom, ignorarão as pré-configurações.
Com os arquivos RAW, essas configurações são temporárias, até que a imagem é salva como TIFF, JPEG, PSD ou outro tipo de arquivo renderizado. A câmera ajustada para captura em JPEG aplica essas configurações na câmera, permanentemente, incorporando-os no arquivo.
Os arquivos JPEG são desenvolvidos e compactados na câmera para economizar espaço de armazenamento. Os arquivos estão prontos para impressão, diretamente, da câmera.
O método usado pelo algoritmo de compressão JPEG implica em perda de dados, o que significa que algumas informações da imagem original serão perdidas e não poderão ser restauradas.
Em algumas situações, como no fotojornalismo, o conteúdo da imagem tem prioridade sobre a qualidade, sendo prefer[ivel fotografar no formato JPEG, em vez de pesados arquivos RAW, que precisam ser processados antes de impressos.
Um arquivo RAW pode ser comparado a uma imagem latente sobre película, que ainda necessita ser desenvolvido. Ao contrário de um pedaço de filme, um arquivo RAW pode, sempre, ser preservado na sua forma original.
Simplificando, os arquivos RAW contêm mais dados, são mais completos e fornecem ao fotógrafo maior flexibilidade, especialmente, para revelar os detalhes nas [areas de sombra.
ISO Nativo
Cada câmera possui um determinado ajuste de sensibilidade ISO nativo, que produzirá melhores imagens. Para Canon e muitas outras câmeras, 100 é o ISO nativo. A maioria das Nikon tem ISO nativo de 200 e as Leica, de 160. O aumento do ISO, através da alteração de configuração na câmera, produz um efeito que reduz, significativamente, a qualidade da imagem – ocorre a redução de dados da imagem, em relação ao ruído.
No processo de exposição digital, fotons caem sobre os píxels, no sensor - poços eletromagnéticos - e são convertidos em tensão elétrica por um amplificador.
Essa tensão analógica é convertida em uma equivalente digital sob a forma de um número que representa um nível de brilho específico. Na configuração de ISO nativa, a entrada analógica é convertida,diretamente, para a saída digital. Quando a definição do ISO é aumentada, o sensor não se torna mais sensível à luz – o que ocorre é que o sinal analógico é amplificado, resultando em uma imagem mais clara, porém, com mais ruído.
Da mesma forma, alterando o ISO para uma definição menor que a nativa, a imagem sofrerá um impacto negativo.Os valores de brilho do sinal de entrada são, digitalmente, reduzidos. Essa perda definitiva de informações reduz o dynamic range - intervalo dinâmico - do sensor.
O contínuo desenvolvimento das tecnologias digitais produzem imagens de qualidade, significativamente, melhor, mas sempre que possível, é aconselhável utilizar o ISO nativo da câmera.
Balanço de Branco
Balanço de branco ou White Balance é a função de câmera que corrige as variações de cor nas fotografias, devido a diferentes temperaturas de cor das fontes luminosas.
Como citado anteriormente, os olhos humanos se acomodam a diferentes fontes de luz e nós, normalmente, percebemos objetos brancos como branco, independentemente da iluminação.
As câmeras DSLRs têm uma seleção de balanço de branco, que inclui uma configuração automática (AWB), outra, que permite ao usuário ajustar a temperatura de cor na escala Kelvin (K), e uma configuração personalizada, que ajusta o balanço de branco com base em uma superfície branca ou cartão cinza, colocado na frente da câmera.
Adicionalmente, oferece uma configuração para luz de tungstênio e mais uma, genérica, para luz fluorescente, que ajusta o equilíbrio de branco, tanto na escala de temperatura de cor entre o amarelo-azul e num segundo eixo, que varia entre o magenta-verde. Os demais ajustes de balanço de branco incluem luz, flash, nublado e sombra.
A configuração AWB funciona bem na maioria dos ambientes sob luz natural e luz artificial, mas não é confiável, especialmente, em ambientes com iluminação de tungstênio ou mista.
Quando múltiplas fontes de luz estão presentes, a configuração AWB aplica uma média de todas as luzes presentes na cena, o que não é, verdadeiramente, correto para qualquer uma das fontes de luz. Em situações em que múltiplas fontes de luz estão separadas em determinadas partes da imagem, pode ser preferível ajustar o balanço de branco para, apenas uma delas, ao invés de utilizar um ajuste médio, que não será correto para nenhuma delas.
Obviamente, o balanço de branco pode ser facilmente ajustado em qualquer software de pós-produção, mas ajustar o balanço de branco na câmera, para o mais próximo possível do que o fotógrafo imagina correto, pode fornecer informações úteis no histograma.
Fontes de luz com fortes dominantes de cor produzirão histogramas RGB bastante diferentes, para cada configuração de equilíbrio de brancos, embora o histograma de luminosidade não apresente mudanças significativas.
Observar esse detalhe é importante porque, com alguns ajustes de balanço de branco, pode haver corte em um único canal de cor, mas não nos outros, mesmo que seja mantida a mesma exposição. Por exemplo: uma cena urbana, numa rua iluminada com fontes luminosas de vapor de sódio, o primeiro corte acontecerá no canal vermelho, depois no canal verde, mas raramente, no canal azul, a menos que haja excesso de superexposição. Nessas circunstâncias, pode haver um grande corte se o balanço de brancos for definido para luz do dia, mas nenhum, se a definição for para tungstênio. Devido às condições de iluminação incomuns encontradas durante a noite, muitas vezes é interessante realizar testes com diferentes configurações de balanço de branco, para se ter uma idéia dos resultados alcançados.
Esses recursos são úteis, principalmente, quando se fotografa em JPEG, mas para a fotografia noturna na qual, frequentemente, as fotos são feitas em RAW, não é relevante. Tal como ocorre com a configuração e utilização do recurso de “redução de ruído em ISO elevado”, os arquivos RAW não recebem a aplicação direta das pré-configurações da câmera, mas o software fornecido pelo fabricante as reconhecerá no arquivo de dados.
A visualização da imagem, após a captura, no LCD da câmera, não apresenta os dados em RAW - ele é processado em JPEG, com todas as pré-configurações da câmera ativadas, demonstradas na imagem.
Caso o fotógrafo esteja com a opção Alerta de Destaque ativada, verá o efeito na imagem - indicação de perda de dados - mas não, necessariamente, o que está ocorrendo no arquivo RAW.
Outras Configurações da Câmera
Cada câmera possui um conjunto diferente de características e funções e escolher quais devem ser as configurações a utilizar, é uma questão de preferência pessoal. Explorar e conhecer o próprio equipamento pode aumentar a eficiência e a satisfação da experiência fotográfica do usuário. Ler e compreender o Manual da Câmera é fundamental.
Modos de Exposição
O modo de exposição ideal é, normalmente, definido como manual (para exposições até 30 segundos) ou Bulb (para exposições mais longas do que 30 segundos). Infelizmente, os fabricantes de câmeras não programam o obturador para velocidades maiores que 30 segundos, tornando necessário, para longas exposições, o uso de um disparador, preferencialmente, temporizado.
O modos manual e bulb oferecem controle total sobre a abertura do diafragma e a velocidade do obturador, sendo mais simples e eficientes do que os modos de prioridade de abertura ou velocidade do obturador, que muitas vezes, precisam ser alterados em face da compensação de exposição.
Muitos modelos de câmeras de entrada e quase todas as profissionais oferecem, pelo menos, um modo de exposição personalizado, que permite ao usuário programar configurações utilizadas com frequência.
Os modos personalizados são extremamente úteis ,pois permitem que o fotógrafo salve e mude, rapidamente, suas configurações para fotografia noturna. É, especialmente, útil ter múltiplos modos personalizados, pois estes podem ser configurados para testes em ISO elevado,para cenas ao luar e para cenas urbanas noturnas.
A principal diferença entre as configurações para cenas ao luar e urbanas noturnas é o balanço de branco. Além disso, o modo de exposição manual deve ser usado para ambientes urbanos noturnos, onde as exposições tendem a ser mais curtas, e modo de exposição Bulb, deve ser usado para o luar.
Live View
Live View é um excelente recurso auxiliar para focagem e deve ser utilizado, sempre que possível, em condições de foco críticas. Consome considerável energia da bateria, por isso é aconselhável utiliza-lo, apenas, quando necessário.
O Bloqueio do Espelho
O bloqueio do espelho é um dos poucos recursos da época em que as câmeras de filme dominavam o universo fotográfico, que foram transportados para a era digital.
É, ocasionalmente, útil para a fotografia em condições de luz deficiente, não sendo, geralmente, necessário à noite. Quando a opção “bloqueio de espelho” está ativada, o espelho que reflete a imagem no visor, através do prisma é bloqueado, retirando-o da trajetória da luz refletida pela cena, até o sensor. Essa operação reduz as vibrações do movimento do espelho, que poderiam resultar na perda de nitidez da imagem.
O bloqueio do espelho é útil para exposições que variam entre 1/15 de segundo a 2 segundos, especialmente, com teleobjetivas ou imagens focadas em distâncias “macro”. É desnecessário para exposições mais longas do que 1 ou 2 segundos.
Brilho do LCD
O brilho do LCD é definido nas câmeras, por padrão, num nível médio. Em condições de pouca luz, o ideal é reduzir o brilho do LCD de 1 a 3 pontos. Aexposição das imagens capturadas é avaliada através do histograma, mas um LCD brilhante, pode favorecer um erro de julgamento. A aparência da imagem no LCD está relacionada com a iluminação ambiente. Uma imagem que parece bem exposta na câmara, sob o luar, pode se mostrar, grosseiramente, subexposta quando exibida num software de pós-produção. Diminuir o brilho do LCD também economiza energia da bateria - a tela LCD é o maior consumidor de energia da bateria e diminuir o brilho faz uma grande diferença no tempo que a bateria irá durar.
Configurações da Câmera para Fotografia Noturna
• RAW: Use o modo RAW em vez de JPEG para preservar a quantidade máxima de dados.
• Ajuste de ISO Nativo: configure sua câmera para o ISO nativo, sempre que possível, visando a máxima qualidade da imagem.
• Balanço de Branco: Defina o balanço de branco tão próximo quanto possível,para a temperatura de cor desejada, objetivando histogramas mais precisos.
• O Modo de Exposição Manual ou Bulb: Use o modo de exposição manual para manter o controle total sobre as configurações da câmera.
• Redução de Ruido em Longa Exposição: Considere o uso de LENR com câmeras mais antigas, câmeras que permitem a gravação contínua com LENR ativado e quando a temperatura estiver acima de 10 graus C.
• Histogramas: habilite a exibição do histograma, tanto em RGB, quanto de Luminosidade ou alterne entre eles, para a obter informações mais precisas. Baseie a exposição na visualização da imagem e nos histogramas.
• Indicador de Destaque: Ative o alerta de destaque, com a finalidade de visualizar os possíveis cortes nas informações da imagem.
• Brilho do LCD: considere a redução do brilho do LCD, tendo em vista ao nível de luz ambiente e para economizar a bateria.
• Funções Personalizadas: estilos de imagem e outras funções personalizadas não afetam os arquivos RAW, a menos que seja utilizado o software proprietário da câmera.