sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O RESULTADO FINAL DA SUA FOTOGRAFIA . A IMPRESSÃO

Fotógrafos, que se dedicam realmente, sabem quanto esforço é necessário para se obter uma imagem perfeita e que não há maior prazer, do que ver o resultado de seus esforços numa impressão ampliada com qualidade – perceber a satisfação de um cliente ao abrir um belo álbum ou expor e admirar suas fotografias são momentos únicos, comuns aos profissionais e hobbistas.

Para os que foram iniciados na fotografia na época dos filmes, imprimir fotografias digitais parece complexo – talvez, porque antes da era digital, bastava fotografar e entregar os filmes no laboratório, para depois, buscar todas as fotos em papel.
O mesmo processo pode ser feito com os arquivos digitais, bastando para isso, levar a mídia com as fotos já tratadas ao minilab e solicitar as cópias no papel escolhido. Podemos ainda, enviar os arquivos pela internet e receber as cópias através do correio.


A era da fotografia digital trouxe inúmeros benefícios aos fotógrafos e um deles é a possibilidade de editar e tratar cada foto ao gosto do cliente, sob nossa perspectiva estética.
Pular essa etapa significa não se beneficiar de um dos mais relevantes estágios do processo, que nos possibilita maior controle sobre o resultado final do trabalho.
Assim, o fotógrafo cuidadoso, que deseja se destacar no mercado – comercial ou autoral – precisa conhecer e dominar os aspectos do processo de impressão digital.

Primeira Etapa . Organização de Arquivos

Organize e Selecione seus arquivos de imagem.
Antes de imprimir, organize e selecione as fotos, que por qualquer razão, você considera, que merecem ser ampliadas e guardadas.

A fotografia digital nos trouxe a possibilidade de inúmeros clicks sem qualquer custo a mais, o que não ocorria na fotografia com filme. Vem daí, a tendência de acumulo de arquivos, o que ao longo do tempo, implica em maior desgaste dos computadores e das mídias de armazenamento. Além disso, um volume maior de arquivos dificulta a busca de imagens para impressão ou qualquer outro fim.

Dessa forma, torna-se fundamental o hábito de um workflow eficiente, que inclua pré-seleção, armazenamento das imagens em pastas e sub-pastas, nomeadas conforme tema, data, uso de palavras-chave adequadas, facilitando o trabalho de busca.

Para isso, contamos com softwares dedicados, que tornam o trabalho mais eficaz.


Questões Técnicas

Mesmo que utilizemos as configurações automáticas dos sofwares, é essencial compreender algumas questões técnicas, para se chegar o melhor resultado. Os dispositivos da cadeia – câmeras, monitores, impressoras, minilabs - são pre- configurados para um padrão básico. Essas configurações não são adequadas para se atingir um resultado, que fuja do básico, sendo necessário o uso de procedimentos menos automatizados.

Algumas variáveis podem influenciar a qualidade das impressões digitais:

. Tamanho e resolução das imagens
. Fidelidade na reprodução das cores
. Papel e tecnologia de impressão utilizada.

Resoluçao


A resolução é primeiro fator técnico a se observar e talvez, uma das maiores dos fotógrafos digitais.

Na fotografia analógica, a imagem é formada pela sensibilização de pequenos grãos depositados sobre a película dos filmes – os sais de prata.

Na fotografia digital, a imagem é formada por pequenos elementos, provenientes de sinais elétricos gerados pelos sensores, chamados pixels – picture elements. A quantidade e qualidade dessas micro estruturas são responsáveis pela definição da foto. A resolução é definida pela quantidade de pixels ou pontos na imagem.

Ponto Fundamental

Quando lidamos com resolução, é preciso sabe que é diferença entre a resolução de captura das câmeras e a resolução de saída – resolução de impressão.


Resolução de Captura – dimensionada em total de pixels de um arquivo de imagem.
Resolução de Saída – dimensionada em “pontos por polegada” – dpi – dots per inch.


Visando a padronização, os minilabs e fabricantes de impressoras fotográficas criaram uma tabela indicando as resoluções adequadas para os vários tamanhos de impressão.
Mesmo que a imagem sofra outras interferências, como por exemplo, o ruído, a tabela representa uma referência, para os que desejam ampliações com qualidade e segurança.


Na pratica, isso significa que um arquivo de 2 megapixels é suficiente para fazer uma ampliação no formato 10x15 cm, com qualidade ótima.
Ha exceções à regra - dependendo da qualidade ótica e do sensor do dispositivo (câmeras e scanners) utilizado para captura da imagem, a ampliação máxima possível pode variar.

Mesmo que cada dispositivo de impressão tenha sua própria resolução, foi definido um padrão, visando uma imagem de qualidade e para que não ocorra pixelização - para que a imagem tenha uma boa resolução, deve ter aproximadamente 300 dpi.

Para saber os valores de forma exata, basta verificar as dimensões do arquivo a ser impresso, através da utilização de um software, como o Adobe .

Interpolação . Quando o Arquivo não possui a resolução necessária

Quando o equipamento não gera arquivos com a resolução necessária para uma impressão em determinado tamanho, podemos lançar mão de um recurso chamado “Interpolação”, que consiste em criar dados, antes inexistentes, através de cálculos de valores intermediários, como base dois valores próximos, conhecidos.

Na prática, interpolar uma imagem significa alterar a quantidade de pixels, para mais ou para menos, aumentando ou reduzindo o tamanho do arquivo, através de um software.

Alguns softwares como o Perfect Resize da OnOne, foram desenvolvidos especialmente, para essa etapa do trabalho, sendo de grande valia na interpolação de arquivos, com a menor perda possível.
Mesmo com a utilização de programas dedicados, a alteração da quantidade original de pixels implicará em alguma perda de resolução – quanto maior for a alteração, maior a perda da qualidade.

No caso de ampliação da imagem, o processo de interpolação cria pixels com base nos valores dos dados vizinhos.
No caso de redução da imagem , ocorre o embaralhamento dos pixels, implicando em perda da nitidez.

. Precisamos conhecer a resolução do equipamento escolhido, tanto de captura quanto de saída, para se obter uma boa imagem.


O próximo passo é garantir, que as cores sejam reproduzidas de forma correta.

Falando de Cores

O gerenciamento de cores é um processo fundamental, na cadeia de impressão.
Conhece-lo e aplica-lo é garantia de um controle maior sobre a fidelidade de cores do arquivo final.

Tanto no sistema analógico como no digital, as três cores básicas a serem reproduzidas são: vermelho, azul e amarelo – seja no mesmo espaço de cores, como no caso de cópias em minilabs (processo químico) ou em CMYK (impressão em tinta).

Esse espaço de cores é conhecido como RGB – Red, Blue, Green - é amplamente utilizado em scanners, monitores, televisões, nas películas fotográficas e em qualquer dispositivo, que opere no sistema de “Cor Luz” ou “Sistema Aditivo”.

Uma das questões mais delicadas da impressão é o controle e a fidelidade das cores durante o processo, que vai desde a captura ate a impressão, pois as cores apresentam variações, de dispositivo para dispositivo, de espaço de cor para espaço de cor.
A primeira providência para se obter controle das cores ao longo do processo é trabalhar com um monitor dedicado e calibrado – é através dele, que realizamos o tratamento das imagens e sua visualização, sendo responsável pela diferença entre o que vemos e o que imprimimos.
Para calibrar corretamente o monitor, utiliza-se um equipamento especifico – o colorímetro. Podemos ainda, realizar os ajustes manualmente, valendo-se do material impresso como base de referencia, acertando a regulagem do brilho, contrataste e cor, através de avaliação visual, ate que cheguemos ao resultado esperado.
Alguns minilabs fornecem uma prova de impressão e um arquivo digital de referencia, para que os clientes tentem calibrar seus monitores, buscando um resultado mais aproximado possível.
Infelizmente, apesar de esse método parecer mais fácil, ele não produzirá resultados exatos.
O ideal é contratar um serviço de gerenciamento de cores, prestado por pessoas ou empresas especialistas no assunto.
Calibrado o monitor, devemos estar atentos à calibragem dos dispositivos de impressão. Como cada dispositivo possui sua própria configuração, é fundamental criar perfis de impressão, de acordo com as configurações de cada minilab ou bureau de impressão, que será utilizada.
Existem perfis elaborados pelos fabricantes dos dispositivos e outros, mais exatos, criados por usuários, conhecidos por “custom profiles”, que levam em conta a impressora, o papel, as tintas e método utilizado para impressão.

· Impressoras caseiras costumam vir acompanhadas de seu próprio software, que permite a instalação de perfis criados pelas mesmas.

Para fotógrafos, que preferem usar laboratórios profissionais e que buscam maior fidelidade na reprodução de cores, sugerimos solicitar ao laboratório escolhido, o perfil de reprodução desejado.
Se seu sistema - monitor e impressora - estiver calibrado corretamente, você poderá utiliza-lo como laboratório de impressão, realizando os ajustes, que desejar.

A utilização do gerenciamento de cores é uma grande vantagem do sistema digital – ele permite que o fotografe tenha o controle de todo processo, o que pode ser encarado como a solução de todos os problemas no acerto das cores e exposição das fotos.

Que Processo de Impressão Escolher?

Depois dos dispositivos calibrados, imagens selecionadas e tratadas, é o momento de escolher um, entre os processos de impressão disponíveis – essa escolha dependerá do projeto gráfico e da mídia de saída, que pode ser um álbum encadernado com fotos em papel fotográfico, um fotolivro em papel couchê, um banner em lona, uma peça em papel de algodão em fine art, entre outros.

No próximo post, detalharemos alguns dos processos de impressão mais comuns e tipos de papéis disponíveis.



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

COMO CRIAR FOTOS SURPREENDENTES COMO PHILIPPE HALSMAN . INSPIRE-SE NO SURREALISMO



Para criar é preciso inspiração.
Inspiração vem de bagagem e a bagagem, está atrelada em observação, em conhecimento.
Especialmente, na generosidade que nos permitimos para inventar realidades fictícias.
Seja na fotografia autoral, seja na comercial.
Cada passo em direção ao valor, que agregamos à nossa fotografia, está inundado de experiências visuais, de estudo e leituras.
Todo crescimento necessita de terra fértil - e nos inspiramos naqueles que criaram o inusitado, o surpreendente, é a chave.

Por isso, hoje - apresentamos - a Fotografia Surrealista, através do trabalho de Philippe Halsman.
Inspire-se e depois - expire imagens.
Você será descoberto!

* Quando ele disse "Pule”, todos eles pularam: Groucho Marx e Bob Hope, Marilyn Monroe e Richard Nixon, o duque e a duquesa de Windsor, Jerry Lewis e Dean Martin, Sophia Loren, Audrey Hepburn, Brigitte Bardot e até mesmo, a matriarca Ford - Sra. Edsel Ford.
Todos nós conhecemos sua fotografia intitulada “Dali Atomicus”, onde um Salvador Dali, com olhar de louco, está suspenso no ar, mais três gatos esticados, uma cadeira e um longo jato de água em forma de “S”.
Halsman foi persistente: para obter a foto, foram 28 tentativas.

"Quando você diz a uma pessoa para pular", disse ele "a atenção dela se volta, principalmente, para o ato de pular – então, a máscara cai e o ser real, aparece.”
Judeu, nascido em Riga, na Letônia, em 1906, Philippe Halsman estudou engenharia, mas tornou-se um viciado em fotografia, quando descobriu a velha câmera de seu pai e a magia da câmara escura, aos quinze anos de idade.

Depois de um trágico episódio ocorrido com ele e seu pai - enquanto praticavam alpinismo nos Alpes Austríacos, seu pai sofreu uma queda, falecendo e ele foi, equivocadamente, acusado de assassinato por uma força policial anti semita, tendo passado dois anos na prisão - Halsman mudou-se para Paris em 1932 e montou um estúdio especializado em retratos.
Foi colaborador da revista Vogue, da Vu, da Voilà. Fotografou artistas e escritores como Chagall, Gide, Le Corbusier e Malraux num estilo vivo, mordaz e minimalista, diferente do pictorialismo, em alta na época. Foi eleito o melhor fotógrafo de retratos na França, em 1936.


Quando as tropas de Adolf Hitler invadiram Paris em 1940, Halsman emigrou para Nova York, chegando lá com pouco mais ,que sua câmera – uma TLR, que ele mesmo havia projetado.
Desconhecido na América, foi descoberto quando chamou a atenção do público para si, com a fotografia de uma jovem modelo, descansando sobre a bandeira americana - ela se tornou o “rosto” do batom Victory Red da Elizabeth Arden, mega marca de cosméticos, na época.
Na sequência, Halsman fez mais de cem capas da revista LIFE, com retratos de celebridades, intelectuais e políticos. Fascinado pelo surrealismo, desde sua estadia em Paris, adorava criar fotomontagens como o retrato de Hitchcock, com um pássaro em seu charuto ou a série criada em seus trinta anos, com a participação de Salvador Dali, incluindo uma impressionante imagem, em que o fundo é um crânio composto de corpos femininos nus, entrelaçados.





Descrevendo, poeticamente, a hipnotizante, Fotografia Surrealista

É a que despreza o domínio da consciência, da realidade, narrando através de imagens, a fantasia mental, a loucura, que transita pelo inconsciente.
É aquela que sonha, a que dá formas, ao que não temos domínio.
É o abandono do racional.
É a costura descontrolada de retalhos mentais, soltos, que formam uma colcha ilógica, mas bela.

O movimento surrealista nasceu no início do século XX, em Paris, fruto das teses de Sigmund Freud, pai da psicanálise, e do contexto político indefinido, que marcou o período, especialmente, a década de 20 - questionava as crenças culturais, então vigentes na Europa, bem como, a postura humana vulnerável, diante de uma realidade, cada vez mais difícil de compreender e dominar.






A inspiração está dentro de você - deixe-a sair.
Depois, capture-a, em fotografias.


19 de Janeiro de 2016

domingo, 17 de janeiro de 2016

COMO EQUILIBRAR A LUZ AMBIENTE E A LUZ DO FLASH

Fotografia: Joe McNally
Em nosso dia a dia, nos deparamos com muitas dúvidas de nossos alunos e de iniciantes sobre o uso do flash - realmente, é preciso dominar o equipamento e manter o foco, quando o estamos utilizando.
Considero o uso do flash, mais complexo do que o da própria câmera - são raras as fotos em que seu uso produz resultados perfeitos. Assim, um ótimo assunto é o equilíbrio entre a luz ambiente e a luz do flash.
Existem diversos "nomes" para essa técnica, mas o princípio é o mesmo.
Leia e treine com seu equipamento - você vai ver, que é questão de estudo e prática.

COMO EQUILIBRAR A LUZ AMBIENTE COM A LUZ DO FLASH

Muitas configurações "automáticas" combinadas entre a câmera e o flash produzem um bom trabalho, em várias situações de iluminação, entregando fotografias com uma exposição equilibrada . Mas se sua intenção é a fotografia criativa - e diferenciada - ou precisa controlar a exposição, quando os modos automáticos falham - o que acontece na maioria das situações, em que o fotógrafo necessita usar o flash - você deve aprender como tomar as decisões corretas, escolhendo as configurações de flash e câmera, sozinho.
A maioria dos fotógrafos se estressa só em pensar nisso, mas na verdade, se você tiver um bom conhecimento sobre a abertura de diafragma e a velocidade do obturador, torna-se muito simples.
Uma das situações mais comuns, em que o fotógrafo necessita saber configurar seu equipamento para equilibrar a luz do flash com a luz ambiente, é quando precisa iluminar um objeto escuro e em primeiro plano, mantendo também, um fundo bem exposto. Saber realizar esse equilíbrio é útil ainda, quando queremos adicionar um pouco mais de contraste à cena, criando uma imagem mais impactante - essa é uma técnica bastante comum e usada, cotidianamente, na fotografia de retratos.
Um dos fundamentos, que deve ser lembrando quando usamos o flash é que a luz emitida por ele tem uma duração muito curta - isso significa, que enquanto o fotógrafo estiver trabalhando na velocidade de sincronismo, só a abertura do diafragma afeta o efeito produzido por ele.
Depois de definidas as configurações de exposição, que se deseja usar, a melhor forma de controlar o impacto causado na cena, pelo flash, é ajustar sua potência no próprio equipamento ou alterar a distância entre ele e o objeto. A luz do flash "cai" (se perde), muito rapidamente e por isso, não alcança fundos distantes.
(ver comportamento da luz e Lei do Inverso do Quadrado da Distância).
Quando você fotografa, utilizando uma velocidade de obturador, que esteja dentro do intervalo de sincronismo do seu flash, é possível controlar a exposição para a luz ambiente/fundo, utilizando a abertura e velocidade, da mesma forma, como você faria, normalmente.

Configurando a Exposição para a Luz Ambiente

A maneira mais fácil de definir a exposição para a luz de fundo/ ambiente é a utilização do fotômetro da sua câmera, como faria normalmente.
Utilize o Modo Manual e defina o ISO, ao invés de deixar a câmera defini-lo, no Modo Automático.
Dessa forma, você controla, completamente, a abertura (e profundidade de campo), bem como, a velocidade do obturador. O ideal é utilizarmos um ISO baixo (ou nativo), para preservar a qualidade de imagem e garantir nível baixo de ruído.
Faça uma foto sem usar o flash e ajuste as configurações, até que o fundo esteja com a exposição adequada.
Essa exposição vai depender do efeito que você deseja, mas na maioria das vezes, obtém-se um resultado interessante, subexpondo-se levemente, o fundo, o que não seria adequado, se você estivesse fazendo a fotografia sem o flash.
Quando a fotografia é feita e o flash, disparado, a imagem ganha mais impacto e o centro de interesse terá destaque. Além disso, a cena fica um pouco mais contrastada, sem que nenhuma área da imagem fique escura, como ficaria, se a foto fosse feita sem flash, com as mesmas configurações de ISO, abertura e velocidade.

Definindo a Potência do Flash

Agora, para adicionar um flash de luz. Fotógrafos, que utilizam câmeras analógicas de filma, devem utilizar um fotômetro de mão para medir o brilho da luz do flash e definir as configurações de exposição adequadas, mas com câmeras digitais é mais fácil e rápido - basta fazer duas fotos como "teste".

Flashes modernos têm um modo de exposição automático e inteligente - o sistema TTL (trought the lenses) - que pode fornecer a quantidade certa de luz, para determinada situação. Mas esse sistema é imprevisível e propenso à variações. Assim, o ideal é que tenhamos o controle total do equipamento, utilizando-o no Modo Manual. Em seguida, defina a potência do flash - 1/4 é um bom ponto de partida.
Fotografia: Joe McNally

Se a fotografia apresentar-se superexposta, existem duas opções para correção - afaste o flash da cena ou diminua a potência do equipamento.
Se a foto apresentar-se muito escura, basta aumentar a potência do equipamento ou aproximá-lo da cena.

Próximos Passos

Assim, mostramos como você pode equilibrar a luz ambiente e a luz do flash, em apenas algumas etapas. Você pode adicionar mais luzes e modificadores para flashes, tornando a luz mais suave ou mais dura, mas o princípio básico permanece o mesmo.

Tenha em mente, que os modificadores diminuem a intensidade original da fonte luminosa e pode ser necessário aumentar a potência do equipamento ou aproximá-lo da cena, a fim de obter a mesma exposição.

Lembre-se, que a intensidade da luz é regida pela Lei do Inverso do Quadrado da Distância, o que significa, que se você dobrar a distância entre a fonte de luz e a a cena, a intensidade da luz cai 1/4.
Inversamente, se reduzirmos a distância entre a fonte luminosa e a cena pela metade, a intensidade é aumentada quatro vezes - pequenos movimentos com o flash podem ter grande impacto sobre o resultado, uma vez que a distância será alterada.
Lei do Inverso do Quadrado da Distância

É ainda importante, considerar a direção da luz do flash, com o objetivo de obter imagens com aspecto natural e temos como regra - você conseguirá resultados muito melhores, se fotografar com o flash fora da câmera e não, acoplado à sapata.

Existem muitos acessórios para comando do flash fora da câmera e muitos flashes possuem essa função, realizando a comunicação "wireless" entre eles, mas se você não possui um, utilize cabos de sincronismo, que são fáceis de encontrar e muito baratos.




Se sua câmera não tem entrada para flash, você pode adquirir um adaptador de sapata por ótimos preços - por isso não há desculpa para não usar um flash e  modo remoto!
Fotografia Joe McNally


17 de Janeiro de 2016

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

COMO FOTOGRAFAR USANDO CORRETAMENTE OS PLANOS DE ENQUADRAMENTO

Muito se discute sobre a definição da fotografia e é certo, que cada opinião tem seu valor. 
Mas nenhuma consegue conter todas as outras, como essa:

A Fotografia é uma linguagem com vocabulário e gramática específicos.


Foto: Bruno Andreoli

Os equipamentos fotográficos e a técnica ocupam seus devidos lugares, mas sozinhos, não produzem fotografias impactantes. Ao contrário, alguém dotado de sensibilidade e idéias, consegue imagens instigantes com muito pouco.

De acordo com sua intenção e conceito, considerando o mecanismo de percepção humana e a cultura do público para o qual o trabalho fotográfico vai ser apresentado, o fotógrafo escolhe símbolos e os organiza de forma a criar uma narrativa compreensível.

O conhecimento sobre a percepção está ligado ao estudo da Gestalt; o trabalho com os símbolos - palavras imagéticas - está relacionado à semiótica e à cultura; a organização, pertence ao campo da composição.

Assim, não basta dominar apenas, um dos campos da criação do discurso visual - é preciso sabê-los todos.
Ao contrário do que se imagina, uma composição bem feita, dentro de conhecidos postulados pode produzir um texto visual completamente sem sentido, que não causa no observador, mais que um sorriso amarelo.
Podemos fazer uma analogia com um texto escrito - podemos escrever usando a gramática corretamente, uma frase sem nenhum sentido.

São inúmeras as ferramentas da comunicação visual e já falei de algumas aqui no Blog e na Fan Page da  Studio3/Sesiminas - compreende-las é essencial para que o fotógrafo alcance seus objetivos discursivos.
É importante observar, que a aplicação de uma ferramenta, de uma determinada maneira, altera o resultado das outras. Dessa forma, é preciso saber usá-las, seja para reforçar ou para anular uma impressão visual.

Hoje, abordo mais uma, fundamental - Planos/ Enquadramento

Entende-se por enquadramento o processo de isolar uma porção do nosso ângulo de campo visual.
Um enquadramento bem feito dá ao plano o máximo de eficiência dramática e estética.

Quanto ao distanciamento da câmara em relação ao objeto fotografado e à distância focal escolhida, levando-se em conta a organização dos elementos internos do enquadramento, podemos concluir que:

. A distinção entre os planos não é apenas, uma diferença formal.
. Cada plano dentro de uma imagem possui sua própria capacidade narrativa e conteúdo dramático.

A definição do plano de enquadramento é uma das formas de se obter a unidade de linguagem na fotografia.

A significação decorre do uso adequado dos elementos descritivos e dramáticos contidos como possibilidades em cada plano.

Os planos se dividem em três grupos principais:

. Os planos gerais.

. Os planos médios.

. Os primeiros planos.


Uma mesma fotografia pode conter vários planos, sendo classificada por aquele, que é responsável por suas características principais.



GRANDE PLANO GERAL

O ambiente é o elemento primordial.
O sujeito é um elemento dominado pela situação geográfica.
A área do quadro é preenchida pelo ambiente, deixando uma pequena parcela do espaço, para o sujeito, que também o dimensiona.
Seu valor descritivo está na importância da localização geográfica do sujeito e o seu valor dramático, no envolvimento ou esmagamento do sujeito pelo ambiente.
Pode enfatizar a dominação do ambiente sobre o homem ou, simbolicamente, a solidão.

Fotografia: Luca Galuzzi

Na foto, o sujeito ocupa uma ínfima porção da imagem, sendo a situação geográfica - o deserto - a porção dominante.
Há aqui, domínio do ambiente sobre o homem, indiciando "isolamento".

PLANO GERAL

Tipo de enquadramento em que o ambiente ocupa uma menor parte do quadro, dividindo assim, o espaço com o sujeito. Existe aqui, uma integração entre eles.
O Plano Geral tem grande valor descritivo, situando a ação e o homem no ambiente em, que ocorre a ação.
O conteúdo dramático advém do tipo de relação existente entre o sujeito e o ambiente, sendo necessário para localizar o espaço onde ocorre a ação.



Foto: Blog Modatrade


Observe, que o enquadramento onde a Torre Efiffel aparece, situa a pessoa no espaço geográfico e nos dá a informação, de que ela está caminhando em Paris, num local próximo à Torre.
A foto recortada, onde a Torre não foi enquadrada, não nos informa sobre o local onde ela está caminhando. Observadores, que não conhecem bem Paris, poderiam imaginar, que ela está caminhando em qualquer cidade/bairro/rua do mundo.
Nesses casos, os observadores costumar situar a fotografia em locais familiares a eles.

No caso específico dessa imagem, o enquadramento foi de encontro à intenção da foto - mostrar que a pessoa esteve "passeando" (ação) em Paris.


PLANO MÉDIO

É o enquadramento em que o sujeito preenche o quadro - os pés sobre a linha inferior, a cabeça encostando na superior do quadro, até o enquadramento cuja linha inferior corte o sujeito na cintura.

O sujeito ou assunto fotografados ocupam boa parte do quadro, deixando espaço para outros elementos que deverão completar a informação.
Este plano é bastante descritivo, narrando a ação e o sujeito.

Os Planos Médios são bastante descritivos, diferem dos Planos Gerais, que narram a situação geográfica, porque descrevem a ação e o sujeito.



Foto: Helmut Newton

O enquadramento da modelo foi realizado da linha do quadril para cima, preenchendo grande parte do quadro.
Foram ainda, enquadrados outros elementos, que nos permitem perceber, que a modelo está num local fechado, realizando uma tarefa determinada - uma mulher passando roupa.
Não é possível identificar o espaço geográfico onde ela se encontra, pois a foto não inclui informações visuais suficientes para isso - a intenção do fotógrafo era, exatamente, essa.
Caso o enquadramento tivesse sido realizado em Plano Geral, a atenção do observador seria desviada para outras informações pouco relevantes.

PRIMEIRO PLANO

Objetos em Primeiro Plano têm grande impacto na leitura da imagem.
São úteis para caracterizar situações específicas.
No caso de retratos, o primeiro plano enquadra o modelo, destacando seu semblante, gesto, à emoção, à fisionomia.
Sua função principal é registrar a emoção da fisionomia.


Foto: Diane Arbus

O  enquadramento em Primeiro Plano do retrato realizado por Diane Arbus privilegia a fisionomia do sujeito, isolando-o de qualquer outro elemento distrativo, o que não aconteceria, se a fotografia incluísse outros planos dotados de informações visuais relevantes e nítidas.

O Primeiro Plano isola o elemento principal do ambiente, portanto, "dirige" a atenção do observador.

Fonte: Ultradownloads / Autor desconhecido (meu comentário - toda fotografia tem um autor e a ele, é dado por lei, o direito autoral, que obriga a citação de seu nome em qualquer publicação)

O enquadramento fechado e o uso de profundidade de campo reduzida, isola o centro de interesse - a flor - do restante do quadro, dirigindo a atenção do observador para um elemento específico da cena.
Caso o enquadramento fosse mais aberto ou fundo estivesse nítido e contivesse outros elementos visuais interessantes, a atenção destinada à flor seria desviada.

É preciso ter muita atenção de um enquadramento, onde existam elementos da imagem em Primeiro Plano: elementos desfocados ocupando grande porção da imagem,podem contribuir para desviar a atenção do que é, realmente, importante.


Foto: Internet/ Autor desconhecido

O ângulo de tomada e o enquadramento escolhido produziram uma foto, em que o elemento à esquerda, fora do plano de nitidez devido à profundidade de campo, "roubasse" a atenção do centro de interesse, que parece ser o homem ao fundo, o que causa certo desconforto ao observador.
A solução será mudar o ângulo de tomada ou fechar o enquadramento no centro de interesse.

*Não se deve exagerar na manipulação da profundidade de campo, pois a redução dos planos nítidos na imagem, pode gerar uma mancha na composição.
Existem três maneiras básicas de minimizar o impacto do Primeiro Plano:

. Mudar o ângulo de tomada
. Utilizar uma objetiva com uma distância focal mais ampla
. Reduzir a profundidade de campo

PLANO DE DETALHE


O Plano de Detalhe isola uma parte do objeto fotografado - são recortes mais radicais da cena, devido ao enquadramento fechado.
É um plano de grande impacto pela ampliação, que dá a um pormenor que, geralmente, não percebemos no nosso cotidiano.
Tende a valorizar determinados elementos, pelo significado que encerram.


Foto: Internet/ Autor Desconhecido

O enquadramento fechado, recortando, radicalmente, a cena e eliminando qualquer outro elemento, privilegia  as características do centro de interesse - a boca. 
Observa-se a cor, o brilho, a textura, a forma e a simbologia , que encerra com muito mais atenção - não há nada, além do detalhe, que possa desviar a atenção do observador.

Foto: Megan Rea

Pode chegar a criar formas quase abstratas, tamanho o recorte, que não oferece indicações definidas sobre o assunto.
Foto: Internet/ Autor Desconhecido

Os Planos de Detalhe são, especialmente, úteis na Fotografia de Eventos, como casamentos, uma vez que  nesses casos, existem inúmeros objetos, que possuem grande significado e devem ser registrados, reforçando a memória afetiva do trabalho fotográfico.

Por fim, os planos não são rigorosamente fixados por enquadramentos exatos, permitindo variações e, sendo definidos muito mais pelo equilíbrio entre os elementos do quadro, do que por medidas formais exatas.

Para que o enquadramento seja adequado ao objetivo, privilegiando o plano ideal, o fotógrafo precisa antes:
. Ter em mente de forma clara, qual é sua intenção, seu objetivo.
. Escolher um fundo conveniente, evitando fundos conflitantes.
. Alterar o ângulo de tomada se necessário.
. Decidir qual será o enquadramento - horizontal ou vertical.
. Decidir como será feito o recorte da cena -  que elementos devem ser incluídos no quadro, evitando assuntos não relacionados com o assunto principal.

Uma sugestão: é preciso atenção na escolha do plano e do enquadramento fotográfico, evitando modismos, em detrimento da boa narrativa fotográfica - enquadrar, por exemplo, um casal de noivos em Grande Plano Geral ou realizar recortes desequilibrados, que não atendem ao objetivo do fotógrafo e do fotografado, pode ser extremamente, prejudicial ao resultado final.

Andreia Bueno - Escola de Fotografia Studio3 & Sesiminas
Janeiro . 2016




terça-feira, 5 de janeiro de 2016

NÃO DEIXE QUE A "CRISE" DESTRUA SUAS CHANCES - LEIA MINHA HISTÓRIA.





Devo minha vida à fotografia e à minha fé, mas agradeço a todos com quem aprendi algo nessa trajetória de quedas memoráveis, até chegar onde estou.

Meu nome é Andreia Bueno, filha única de um casal maravilhoso, já falecido. Com eles aprendi valores preciosos, a sonhar, realizar e persistir diante dos obstáculos. Minha paixão sempre foi fotografia, que aprendi com minha mãe. Cursei administração e design, sem deixar nunca de fotografar.

Por três vezes, abri e tentei manter meu próprio negócio, sem sucesso: cometi erros fatais de gestão. A última tentativa, em 2006 deixou consequências devastadoras: perdi casa, carro e me vi sozinha, sem recursos. Vivi um ano e quatro meses, numa casa simples, com aluguel pago por amigos, sem energia elétrica – o caso foi parar, inclusive, no jornal e na TV.
Essa é mais uma longa história, que pode ser comprovada por artigos publicados no Google.

No auge da crise, com 48 anos, contra todas as dificuldades, respirei e resgatei meus valores: iniciaria então, a empresa vitoriosa, que hoje administro: a Studio3 Escola de Fotografia e minha carreira de fotógrafa profissional.

Definido meu objetivo e o serviço que ofereceria, tracei o plano de negócio.
Decidi, que do pouco dinheiro que conseguia, uma parte seria para compra de iluminação de estúdio e outra, para internet. Com ela, faria pesquisas de mercado, contatos e divulgaria a escola.

Meu objetivo era uma escola diferenciada, que oferecesse certificação, com mensalidades acessíveis e novos métodos, onde os alunos aprendessem através de práticas em situações reais e de um programa completo, que abordasse desde técnicas, até empreendedorismo e gestão de carreira.
Passei dois anos refinando o projeto e preparando a abertura da escola.

No final de 2009, busquei o espaço para implantação da empresa, que já era formalizada.
Lembrei-me do Centro de Cultura, onde já havia trabalhado e fiz contato, apresentando a proposta - o ponto era excelente, a estrutura perfeita e eu teria a possibilidade de oferecer aos alunos, o que desejava.
Proposta aceita, firmamos contrato de parceria, definimos preços, horários e logística.
Segui, eu mesma, com a divulgação, captando alunos.

Comecei em 2010, com uma só sala, onde ministrava teoria e prática. Ofereci uma única modalidade de curso. Abri vagas para três turmas. Fiquei surpresa quando tivemos que abrir mais uma turma à noite, devido à demanda - foi a primeira vitória.



Foram tempos difíceis: saía de casa de ônibus às 7:00h, voltava à 00:00h e fazia todo o trabalho da Escola – quando chegava em casa, havia um único ponto de energia, cedido por uma vizinha e era com ele, que eu ligava o computador. Perdi inúmeros trabalhos, pois meu estúdio era em minha própria casa e eu não tinha energia para ligar os equipamentos - menos trabalho, menos dinheiro, mais dificuldades a serem superadas.

Persisti, oferecendo serviços, que compensassem as deficiências: implantei um ciclo de palestras gratuitas no centro de cultura, passeios fotográficos e comecei a produzir exposições em espaços culturais da cidade, com as fotos dos alunos, o que gerou ótima repercussão.

Consegui, que os alunos treinassem, fotografando apresentações da Cia de Dança Sesiminas, do Circo Sesi e desfiles de moda. Pude então, proporcionar a eles, experiências em situações reais, que é um de nossos grandes diferenciais.

Conquistando mercado, fui firmando parcerias com empresas que como a Escola, se beneficiavam das ações.
Em 2012, a escola já havia crescido e identifiquei a necessidade de contratar outro professor.
Decidi que daria preferência a ex-alunos, já formados e experientes, depois de um amplo treinamento em docência.

Hoje, a escola conta com 4 professores, sempre incentivados a melhorar sua capacitação.

O 7º andar do Centro de Cultura é todo nosso: temos boas salas e um estúdio bem equipado.

Atualmente, gerencio a escola, leciono e coordeno os professores: trabalhamos amistosamente, em equipe, prezando os mesmos valores e empenhados em nossa missão. Avaliamos resultados e conversamos muito, para que exponham suas ideias e soluções.

Sigo atenta às demandas dos alunos, fazendo pesquisas de satisfação, além de obter informações em conversas informais- eles são nosso melhor termômetro e temos um relacionamento muito próximo.

Mantenho o foco no mercado, observando o comportamento de nosso público nas redes sociais, nosso mais eficiente canal. Identificando demandas, transformo-as em novos cursos, ações e serviços.
A cada semestre, a escola cresce e recebe novos alunos.

Meus anos de estudo, minha garra, persistência e amadurecimento, mas principalmente, as lições aprendidas com os erros do passado, norteiam minha atuação como empresária. Deixei o imediatismo para trás e sigo, sistematicamente, mas com resiliência. Busco consultorias e permaneço me capacitando. Sinto-me segura e dona de um bom negócio. Venci o preconceito contra uma mulher de 50 anos, num universo dominado por homens - o do ensino fotografia. Construí minha escola, reestruturei minha vida e compartilhei com muitos, o caminho para o sucesso. Repito sempre, em sala de aula e em nossos canais na internet:
O “Não”, você já tem. Prepare-se, vá lá e faça. Se eu posso, vocês podem.

Terei sempre, muito a aprender e a escola, muito que crescer, mas me sinto feliz – tenho uma vida super tranquila e confortável. Implantamos uma nova forma de ensinar fotografia, comprometida com o resultado dos alunos. Continuo, junto com meus colaboradores, a abrir portas e oferecer ferramentas, para que outros vençam. Nossos alunos já formados retornam para especializações e nos indicam a outros. Muitos são premiados e referências em diversas áreas da fotografia.
Hoje, minhas – nossas – conquistas, são resultados de muito trabalho, principalmente, de ter mantido o foco, não ter deixado com que o medo e a desesperança me dominassem em minha pior fase de vida e de muita preparação, estudo e persistência.

Desejo o mesmo a vocês!
Com carinho,

Andreia Bueno
05 de Janeiro de 2016