No Gray Market, o comerciante compra e revende os equipamentos fotográficos, num país diferente, para o qual eles foram destinados pela fábrica.Os equipamentos são originais e se tornam mais baratos, mas a venda não é autorizada pelo fabricante, não sendo, geralmente, cobertos pela garantia Canon.
O portal “Photography Bay” foi o primeiro canal a noticiar sobre as ações judiciais, após a obter cópias das demandas , revelando que a Canon está processando várias empresas bastante conhecidas no “Gray Market”, incluindo a Get It Digital, All New Shop, F & E Trading, dona da Big Value, Electronics Valley, da Electronics Basket, da DavisMax e da Netsales and Sixth Avenue.
A Canon argumenta, que o “Gray Market” infringe o registro da marca nos Estados Unidos – a Canon EUA é a licenciada exclusiva da marca, para comercialização de seus produtos no mercado americano – assim, terceiros, que operam dessa forma, devem ser condenados a paralisar as importações de produtos Canon de outros mercados, para venda no mercado americano.
Os produtos comercializados pelo “Gray Market” podem ainda, prejudicar o consumidor final de várias outras maneiras, incluindo adquirir equipamentos com número de série falsificado (por saberem, que o produto irregular, não tem garantia), receber o produto em embalagem falsa, cópias de manuais de péssima qualidade e acessórios (baterias e carregadores) incompatíveis com os padrões utilizados no país do comprador.
Em publicação sobre o assunto, a Canon americana usou a imagem de uma 5D Mark III, apresentando um suposto número de série falsificado e uma bateria com cabo, que não são certificados pelo “UL LCC”, um risco potencial para fotógrafos.
Canon 5D Mark III com um número de série falsificado. Foto Canon EUA.
Carregador de bateria com cabo não certificado pelo UL CC . Foto Canon EUA.
Além de reclamar judicialmente, a extinção das atividades dessas empresas, no que se refere à comercialização de seus produtos, a Canon EUA também quer indenização, com base nos lucros auferidos através de vendas irregulares - "A indenização pedida, judicialmente nos processos, pela Canon pode muito bem chegar, à casa dos milhões de dólares, o que pode expulsar os demandados do mercado.”
Se a Canon vencer essa batalha, será o fim da venda de seus produtos através do “Gray Market”, que são comercializados lado a lado, de outros, autorizados.
O combate a esse tipo de comercialização é a principal razão pela qual a Canon, define nomes diferentes para suas DSLRs nos Estados Unidos e em outros países, como por exemplo, Rebel nos EUA e “XXO” em outros países.
Para alguns consumidores, a Canon poderia poderia desarticular, facilmente, o “Gray Market”, se adotasse uma política de preços única, em todos os países onde tem negócios.
O “Gray Market” parece ser uma reação à essa política, que estabelece preços diferentes de país para país.
Além disso, reforça a situação, não oferecendo “garantia mundial”.
* A Canon foi procurada pelo Peta Pixel para comentar o assunto, mas não quis se pronunciar afirmando, que não podem falar sobre litígios pendentes.
Além disso, reforça a situação, não oferecendo “garantia mundial”.
* A Canon foi procurada pelo Peta Pixel para comentar o assunto, mas não quis se pronunciar afirmando, que não podem falar sobre litígios pendentes.
* “Gray Market” em português, “mercado cinza” ou “paralelo” é o comércio de mercadorias através de canais de distribuição que, embora legais , não são oficiais, portanto, não autorizados pelo fabricante original. O tipo mais comum de mercado cinza é a venda de bens importados – no caso, equipamentos fotográficos - que de outra forma, seriam mais caros, em virtude da cobrança de impostos.
Por Andreia Bueno
Novembro, 2015
Fonte: Peta Pixel