sexta-feira, 31 de julho de 2015

SINTO MUITO AMIGO, MAS SUA FOTOGRAFIA NÃO É BOA.

O que é, realmente, uma boa fotografia?

Em todos os grupos e fóruns da internet dedicados à Fotografia há sempre aqueles, que publicam suas fotos e pedem aos membros, que deem opiniões - alguns são superficiais, comentando com duas palavras, outros criticam, ferozmente. Há ainda, os que fazem uma longa análise técnica, sem sequer saber da intenção do fotógrafo ou das condições em que a foto foi feita.

Realmente, colocar nosso trabalho à prova sob os olhares dos observadores, faz com que, no mínimo, aprendamos que cada um tem uma percepção diferente do nosso trabalho e que precisamos aceitar isso.

Quando se trata de fotografia comercial – aquela que fazemos para atender a demanda dos clientes – os princípios essenciais, como uma boa exposição e nitidez, precisam ser alcançados. O fotógrafo pode e deve aplicar um estilo próprio em seu trabalho, mas não se afastar de fundamentos bem aplicados, não só da técnica, mas também da narrativa e da estética.


Mas quando se trata de um trabalho autoral, a crítica só será válida, se tivermos conhecimento para elaborá-la e soubermos da intenção do artista.

A fotografia é comunicação e para se transmitir uma ideia, é preciso saber usar com habilidade, todas as ferramentas do discurso visual – luz, ângulo de tomada, enquadramento, foco, cores, elementos de cena, entre outros, numa boa sintaxe, constroem um texto imagético satisfatório.

A falta de foco, que arranca severas críticas, pode ter um significado gigantesco, sem o qual, a percepção da mensagem será, totalmente, equivocada.

A fotografia como arte é para ser observada, explorada, sentida.

Poucos possuem o conhecimento necessário para criticá-la - no máximo, pode-se dizer “gostei” ou “”não gostei” e isso, depende das experiências, do repertório, da história de cada um.

Penso que no início da carreira, quando o fotógrafo dá seus primeiros passos e ainda não se sente seguro, considerar avaliações e críticas vindas de todos os lados, pode ser prejudicial.
Seria melhor eleger alguns fotógrafos experientes, dos quais se admira o trabalho, e pedir uma opinião.

Enfim, nós mesmos podemos iniciar um processo de autocrítica – basta sermos honestos e nos perguntarmos: o que eu vejo, considerando as limitações do equipamento e da situação, é o que imaginei obter?
Se a resposta for positiva - sim, sua foto é boa.
Caso contrário, é trabalhar mais, experimentar mais, estudar muito.

Respondendo a essa pergunta com sinceridade, o fotógrafo estará subindo mais um degrau no seu desenvolvimento.

Os fotógrafos, que formavam o The Bang Bang Club - Kevin Carter, Greg Marinovich, Ken Oosterbroek e João Silva - que cobriram o fim do Apartheid na África do Sul, nos anos 90, causaram polêmica com seu trabalho e foram, duramente, criticados. Apesar disso, seguiram cumprindo seu papel e registrando a história, que gerou um livro e inspirou o filme de mesmo nome.

E fica aqui, a dica de um ótimo filme, mas prepare-se - embora o filme não consiga traduzir, fielmente, o livro e não carregue o mínimo do horror visto pelos olhos dos fotógrafos e vivido por aquele povo, escancara a violência, da qual é capaz o ser humano.


 


































por Andreia Bueno
Studio3 Escola de Fotografia/ Sesiminas

domingo, 26 de julho de 2015

UMA QUESTÃO DE FOCO! O QUE FAZER PARA TER IMAGENS MAIS NÍTIDAS?


Dificuldades no entendimento das técnicas fotográficas e do funcionamento dos equipamentos fazem parte do processo de desenvolvimento de todo fotógrafo, mas existem coisas que provocam - quase - desespero, tanto nos amadores, quanto nos mais experientes.

Uma delas é a nitidez de nossas fotos.


A maioria de nós já passou por situações, como a compra de um equipamento novo, de última geração, caro e esperando um resultado superior, sentiu-se frustrado.
 
Por que isso acontece?

Muitas das nossas frustrações são fáceis de solucionar, pois, constantemente não utilizamos todos os recursos de nossos equipamentos.

Outras acontecem por culpa de nossas imensas expectativas em relação às imagens produzidas – esperamos, que o equipamento fotográfico nos entregue uma foto tão ou mais nítida, do que o olho humano consegue enxergar.

Os fabricantes de câmeras e acessórios se aproveitam disso para incentivar o consumo e nós, estamos sempre inclinados a trocar de equipamento, com o intuito de melhorar nossa produção.

Analisemos, então, alguns pontos, na busca de esclarecimento.

As Câmeras com maior contagem de megapixels entregam, obrigatoriamente, fotos mais nítidas.

A tecnologia responsável pelo desenvolvimento dos sensores, que equipam as câmeras digitais está muito mais avançada do que a ótica aplicada nos projetos das objetivas, que utilizamos. Isso significa que não aproveitamos todo o potencial dos sensores, pois as objetivas não conseguem resolver com precisão, os pequenos detalhes de forma a alcançar a amplitude da resolução oferecida pelas câmeras.

Até as mais recentes objetivas fabricadas sobre projetos cuidadosos, ainda estão bem aquém do necessário, para preservar os mínimos detalhes.





Esse problema é mais significativo nas câmeras equipadas com sensor APS, do que nas Full Frame – quanto maior o sensor, menor a consequência da ótica, especialmente, em casos de resolução reduzida.

A tecnologia de focagem das câmeras vem sendo aprimorada – é preciso conhecer e dominar os novos sistemas.



Os fabricantes investem, constantemente, em melhorias nos equipamentos, especialmente, na tecnologia do autofoco.

Até pouco tempo, o AF trabalhava com pontos simples, ativados um a um ou todos ao mesmo tempo.
Utilizando a “Seleção Manual do Ponto de Foco”, com um único ponto ativado, era mais fácil focar, travar e enquadrar a cena novamente.

Recentemente, o sistema foi aprimorado, para oferecer maiores possibilidades ao fotógrafo –a nova geração de câmeras foi equipada com uma tecnologia mais sofisticada -podemos selecionar grupos de pontos de focagem, acionando o número desejado de pontos de foco de acordo com a objetiva utilizada e definir seu desempenho, buscando maior precisão e mais facilidade de focagem em situações de baixa luminosidade.




Grande parte dos fotógrafos, que conheço e que adquiriu câmeras com os novos sistemas de focagem ainda não dominaram, completamente, a tecnologia ou se manteve utilizando o método antigo (um ponto simples), subutilizando o equipamento.

* Tentarei esclarecer sobre os novos sistemas nas próximas postagens.

Existe, ainda, outro fator que pode dificultar a nitidez das imagens, caso o fotógrafo troque seu equipamento APS, para outro Full Frame – haverá uma redução natural da profundidade de campo.

Isso não ocorre, exatamente, pelas características de construção do equipamento, mas sim porque o enquadramento numa câmera Full Frame é mais amplo, o que obriga o fotógrafo a utilizar uma objetiva com maior distância focal ou se aproximar mais da cena, para obter o mesmo ângulo de captura que obtinha, anteriormente, numa câmera APS, utilizando uma objetiva com distância focal menor – as duas manobras afetam a profundidade de campo disponível, reduzindo-a.

* Lembrete: são, basicamente, três os fatores que afetam a profundidade de campo, numa determinada situação: a abertura do diafragma, a distância focal e a distância entre a objetiva e o plano de foco

 

Câmeras bem configuradas e objetivas de alta qualidade, nem sempre vão oferecer imagens tão nítidas, quanto as que vemos em revistas e em peças publicitárias.

Nenhum arquivo digital de imagem sai da câmera perfeito, com todo seu potencial esgotado – é preciso passa-lo por um software adequado e realizar, pelo menos, um tratamento básico, que inclui, obrigatoriamente, aplicação de nitidez.

Normalmente, em imagens profissionais, aplica-se nitidez em três fases distintas:
a) Nitidez de Entrada – aplicada de maneira geral na imagem.
b) Nitidez Seletiva – aplicações feitas de forma localizada, em áreas selecionadas.
c) Nitidez de Saída – aplicada na imagem de maneira geral, mas com vistas à mídia de saída e nas dimensões finais da fotografia.

Todas as três manobras de aplicação de nitidez podem ser aplicadas através de softwares de conversão de arquivos RAW, do Photoshop ou de plug-ins específicos.

Pessoalmente, uso o Nik Sharpner Pro, da Nik Software. 


https://www.google.com/nikcollection/products/sharpener-pro/

Após essas manobras, a fotografia apresentará maior definição.

Atitudes simples, que podem minimizar a falta de nitidez das Imagens:

Consideremos, ainda, outros fatores que influenciam a nitidez das imagens e são responsabilidade direta do fotógrafo:

. Ajuste de dioptria, aplicada na câmera, de acordo com a necessidade do fotógrafo.
 . Seleção de velocidade de obturador adequada ao congelamento de uma cena em movimento.
. Controle de movimentação do fotógrafo, no momento do disparo.
. Desativação do estabilizador de imagem da objetiva, quando se fotografa com a câmera sobre um tripé.
. Definição de profundidade de campo adequada – configuração da abertura do diafragma, distanciamento entre a câmera e o plano de foco e escolha da distância focal.
. Bom senso na definição da sensibilidade ISO, diante de condições deficientes de luminosidade, evitando excesso de geração de ruído.


. Posicionamento correto e utilização de para sol em relação à cena e à fonte de luz, evitando flare.
. Avaliação da necessidade de travamento do espelho, considerando o tipo de fotografia desejada.

Objetivas de alto custo nem sempre produzem imagens perfeitas.

Realmente, isso deveria ser verdade, uma vez que, em se tratando de objetivas, quanto mais caras, melhores serão.

Mas existe a possibilidade de termos adquirido uma objetiva “ruim” ou termos baseado nossa escolha em opiniões, que por uma razão ou outra, supervalorizam determinada lente.

Podemos estar diante de uma terceira justificativa – tanto câmeras, quanto objetivas são produzidas em série, buscando redução de custos e podem sofrer variações na montagem.

Embora os projetos óticos sejam muito bem elaborados, componentes como os eletrônicos e motores, podem provocar variações, o que acaba por gerar uma objetiva com ligeiros desvios – uma mínima variação de mícrons na montagem da baioneta faz com que a distância entre a lente e o sensor fique fora do padrão projetado, alterando o plano de focagem.

Além de variações em virtude de problemas na montagem das objetivas, o uso frequente pode, também, gerar desvios.

Diante dessa possibilidade, algumas câmeras incorporaram o recurso de MICROAJUSTE DE FOCO.

Através do menu das câmeras é possível ajustar, milimetricamente, o foco para que o conjunto funcione melhor. A câmera memoriza o ajuste para cada lente e compensa o foco, automaticamente.





O processo pode ser feito manualmente ou através de softwares específicos, como os comercializados pela Reikan - O FoCal

Embora as opiniões sejam divergentes em relação à aplicação do microajuste, o recurso se mostra muito eficiente, desde que bem aplicado.

Na próxima postagem falaremos sobre isso – boa semana e fotos mais nítidas!
por Andreia Bueno
Studio3 Escola de Fotografia / Sesiminas

terça-feira, 21 de julho de 2015

FOTÓGRAFO PROFISSIONAL - CARREIRAS BEM CONSTRUÍDAS SUPERAM QUALQUER CRISE





















Na sociedade contemporânea, as relações de trabalho têm mudado aceleradamente e vemos o emprego com carteira assinada ser substituído por novas formas de contratação de serviços e em consequência disso, o número de autônomos e profissionais liberais vem crescendo a cada dia – é aqui, que se encaixa a profissão do Fotógrafo.

Apesar de estarmos inseridos numa organização social, que tem por tradição, venerar a “carteira assinada”, a condição de autônomo traz inúmeras vantagens.

Grande parte dos autônomos acaba se tornando um, por força das circunstâncias – seu emprego, que lhe trazia a (falsa) sensação de estabilidade, é perdido. Outros se tornam autônomos por escolha.

O certo é que trabalhar como autônomo tem grandes vantagens!

Mais ainda, como fotógrafo – profissão em franca ascensão e que traz imenso prazer, desde que o “negócio” seja bem gerenciado.

O fotógrafo autônomo pode adaptar a carga de trabalho às suas necessidades e metas, tem liberdade na organização de seu tempo, responde, apenas, a si mesmo e tem diante dele, um mercado de trabalho bem mais amplo do que o do assalariado, o que pode ser bem mais vantajoso, se mantiver o foco em seus desejos e realizar os esforços necessários.

Concluindo, o fotógrafo autônomo tem tempo e liberdade para buscar trabalho e soluções, de acordo com seus sonhos!

Ele pode atuar, informalmente, no início e decidir por formalizar a empresa mais tarde, quando sua atuação no mercado já for mais consistente.

Sabemos, que nenhum começo é fácil – é preciso decidir sobre o nicho de atuação, estudar o mercado, perfilar seu cliente, ter um bom plano de marketing e de divulgação, dominar o networking, montar parcerias com outros profissionais, manter-se atualizado, ter disciplina, saber gerenciar as finanças e buscar formação consistente.

O estudo sistemático é fundamental - estar preparado para atuar com sucesso no mercado profissional, exige mais do que ler artigos na internet, assitir vídeos no Youtube ou fazer cursos de curta duração, de dois ou três meses e workshops de finais de semana.
O profissional precisa construir conhecimento sólido, gradativo, desde a base até o topo, o que não se consegue em menos de um ano.

Mas, com o esforço necessário, o sucesso é consequência.

O ser humano é, essencialmente, imagético e todas as empresas se utilizam dessa característica para permanecerem no mercado – o fotógrafo é peça fundamental desse processo, gerando imagens para que o homem se reconheça no mundo.

O mercado está aberto e ávido por fotógrafos bem formados, que dominem a técnica, o discurso visual e a administração de suas carreiras.

Veja a história de Fabinho Trindade, de 31 anos, de Campo Grande, que abriu mão da faculdade para se dedicar à carreira de fotógrafo e comemora 5 anos de sucesso!


por Andreia Bueno
21 de Julho de 2015