segunda-feira, 16 de abril de 2012

FOTOGRAFIA NOTURNA . LOW LIGHT PHOTOGRAPHY . PARTE VI

Lance Keimig.
Exposição e Histograma

Compreender histogramas é fundamental para a fotografia digital de sucesso, seja ela noturna ou diurna. Determinar a melhor exposição é um procedimento baseado na avaliação dos histogramas de luminosidade e RGB, na visualização da imagem no LCD da câmera, na observação do alerta de destaque e na análise da cena, com base na experiência.


Não existe um histograma perfeito, uma vez que esse é, simplesmente, a descrição dos tons de uma imagem. Entretando, um histograma que tende para a direita é mais flexível e possibilita uma melhor qualidade de impressão.
 


O fotômetro da câmera executa a medição da luz refletida pela cena, com base em 18% de refletância, considerando que todos os tons que compõe a imagem estão próximos do cinza médio. Expor para o cinza médio ou 18% (ponto zero da exposição) provavelmente, produz a melhor exposição para imagens capturadas em JPEG, mas fotografias executadas em RAW tendem a se beneficiar de exposições adicionais.

Um arquivo RAW ideal é obtido com a maior exposição possível , produzindo um histograma
deslocado para a direita, sem que ocorram cortes em detalhes importantes nas áreas dos tons claros e das altas luzes. É fundamental a observação cuidadosa da cena para que seja tomada uma decisão correta em relação ao equilíbrio entre a exposição para a direita e a preservação de detalhes nas altas luzes.


Os Arquivos RAW


Para produzir imagens da mais alta qualidade possível, o fotógrafo precisa configurar sua câmera para capturar os arquivos em RAW em vez de JPEG. Arquivos RAW preservam todos os dados de imagem, que a câmera consegue registrar. Quando uma exposição é feita, luz que incide sobre pixels individuais é registada como tensão – sinal analógico - que é então, convertido num sinal digital de 12 ou 14 bits, dependendo do circuito da câmera. Câmeras que gravam arquivos de 14 bits podem, potencialmente, expressar 2¹⁴ (16384) tons ou níveis de brilho, por pixel. Se a câmera estiver configurada para gravar arquivos em JPEG, cada pixel poderá representar 2⁸ (256) diferentes tons. Os 14 bits de dados do arquivo de captura são compactados em 8 bits no arquivo JPEG. Tendo 16.384 níveis de brilho disponíveis para trabalhar com uma imagem, certamente, existe maior flexibilidade no momento do processamento.

É um equívoco acreditar que a câmera está ajustada, originalmente, para gravar em JPEG, porque sempre registra os dados da imagem, como na captura em RAW.

A diferença está no que ocorre com os dados depois de serem capturados. Uma câmera no modo RAW cria uma tag para cada configuração da imagem, feita na câmera - como balanço de branco - e as configurações de estilo de imagem - como contraste, nitidez e saturação. Esses metadados não alteram, realmente, a imagem. São, apenas, um conjunto de instruções para o software usado para abrir o arquivo RAW.


Conversores RAW desenvolvidos e fornecidos pelos fabricantes das câmeras, como o Nikon Capture NX ou Canon Digital Photo Professional, podem aplicar as pré- configurações de estilo de imagem no arquivo RAW , quando ele é aberto. Os aplicativos de terceiros, como Adobe Camera Raw ou Lightroom, ignorarão as pré-configurações.
Com os arquivos RAW, essas configurações são temporárias, até que a imagem é salva como TIFF, JPEG, PSD ou outro tipo de arquivo renderizado. A câmera ajustada para captura em JPEG aplica essas configurações na câmera, permanentemente, incorporando-os no arquivo.

Os arquivos JPEG são desenvolvidos e compactados na câmera para economizar espaço de armazenamento. Os arquivos estão prontos para impressão, diretamente, da câmera.
O método usado pelo algoritmo de compressão JPEG implica em perda de dados, o que significa que algumas informações da imagem original serão perdidas e não poderão ser restauradas.

Em algumas situações, como no fotojornalismo, o conteúdo da imagem tem prioridade sobre a qualidade, sendo prefer[ivel fotografar no formato JPEG, em vez de pesados arquivos RAW, que precisam ser processados antes de impressos.

Um arquivo RAW pode ser comparado a uma imagem latente sobre película, que ainda necessita ser desenvolvido. Ao contrário de um pedaço de filme, um arquivo RAW pode, sempre, ser preservado na sua forma original.

Simplificando, os arquivos RAW contêm mais dados, são mais completos e fornecem ao fotógrafo maior flexibilidade, especialmente, para revelar os detalhes nas [areas de sombra.

ISO Nativo

Cada câmera possui um determinado ajuste de sensibilidade ISO nativo, que produzirá melhores imagens. Para Canon e muitas outras câmeras, 100 é o ISO nativo. A maioria das Nikon tem ISO nativo de 200 e as Leica, de 160. O aumento do ISO, através da alteração de configuração na câmera, produz um efeito que reduz, significativamente, a qualidade da imagem – ocorre a redução de dados da imagem, em relação ao ruído.

No processo de exposição digital, fotons caem sobre os píxels, no sensor - poços eletromagnéticos - e são convertidos em tensão elétrica por um amplificador.

Essa tensão analógica é convertida em uma equivalente digital sob a forma de um número que representa um nível de brilho específico. Na configuração de ISO nativa, a entrada analógica é convertida,diretamente, para a saída digital. Quando a definição do ISO é aumentada, o sensor não se torna mais sensível à luz – o que ocorre é que o sinal analógico é amplificado, resultando em uma imagem mais clara, porém, com mais ruído.

Da mesma forma, alterando o ISO para uma definição menor que a nativa, a imagem sofrerá um impacto negativo.Os valores de brilho do sinal de entrada são, digitalmente, reduzidos. Essa perda definitiva de informações reduz o dynamic range - intervalo dinâmico - do sensor.

O contínuo desenvolvimento das tecnologias digitais produzem imagens de qualidade, significativamente, melhor, mas sempre que possível, é aconselhável utilizar o ISO nativo da câmera.

Balanço de Branco


Balanço de branco ou White Balance é a função de câmera que corrige as variações de cor nas fotografias, devido a diferentes temperaturas de cor das fontes luminosas.

Como citado anteriormente, os olhos humanos se acomodam a diferentes fontes de luz e nós, normalmente, percebemos objetos brancos como branco, independentemente da iluminação.

As câmeras DSLRs têm uma seleção de balanço de branco, que inclui uma configuração automática (AWB), outra, que permite ao usuário ajustar a temperatura de cor na escala Kelvin (K), e uma configuração personalizada, que ajusta o balanço de branco com base em uma superfície branca ou cartão cinza, colocado na frente da câmera.


Adicionalmente, oferece uma configuração para luz de tungstênio e mais uma, genérica, para luz fluorescente, que ajusta o equilíbrio de branco, tanto na escala de temperatura de cor entre o amarelo-azul e num segundo eixo, que varia entre o magenta-verde. Os demais ajustes de balanço de branco incluem luz, flash, nublado e sombra.

A configuração AWB funciona bem na maioria dos ambientes sob luz natural e luz artificial, mas não é confiável, especialmente, em ambientes com iluminação de tungstênio ou mista.

Quando múltiplas fontes de luz estão presentes, a configuração AWB aplica uma média de todas as luzes presentes na cena, o que não é, verdadeiramente, correto para qualquer uma das fontes de luz. Em situações em que múltiplas fontes de luz estão separadas em determinadas partes da imagem, pode ser preferível ajustar o balanço de branco para, apenas uma delas, ao invés de utilizar um ajuste médio, que não será correto para nenhuma delas.
Obviamente, o balanço de branco pode ser facilmente ajustado em qualquer software de pós-produção, mas ajustar o balanço de branco na câmera, para o mais próximo possível do que o fotógrafo imagina correto, pode fornecer informações úteis no histograma.


Fontes de luz com fortes dominantes de cor produzirão histogramas RGB bastante diferentes, para cada configuração de equilíbrio de brancos, embora o histograma de luminosidade não apresente mudanças significativas.

Observar esse detalhe é importante porque, com alguns ajustes de balanço de branco, pode haver corte em um único canal de cor, mas não nos outros, mesmo que seja mantida a mesma exposição. Por exemplo: uma cena urbana, numa rua iluminada com fontes luminosas de vapor de sódio, o primeiro corte acontecerá no canal vermelho, depois no canal verde, mas raramente, no canal azul, a menos que haja excesso de superexposição. Nessas circunstâncias, pode haver um grande corte se o balanço de brancos for definido para luz do dia, mas nenhum, se a definição for para tungstênio. Devido às condições de iluminação incomuns encontradas durante a noite, muitas vezes é interessante realizar testes com diferentes configurações de balanço de branco, para se ter uma idéia dos resultados alcançados.

Esses recursos são úteis, principalmente, quando se fotografa em JPEG, mas para a fotografia noturna na qual, frequentemente, as fotos são feitas em RAW, não é relevante. Tal como ocorre com a configuração e utilização do recurso de “redução de ruído em ISO elevado”, os arquivos RAW não recebem a aplicação direta das pré-configurações da câmera, mas o software fornecido pelo fabricante as reconhecerá no arquivo de dados.
A visualização da imagem, após a captura, no LCD da câmera, não apresenta os dados em RAW - ele é processado em JPEG, com todas as pré-configurações da câmera ativadas, demonstradas na imagem.

Caso o fotógrafo esteja com a opção Alerta de Destaque ativada, verá o efeito na imagem - indicação de perda de dados - mas não, necessariamente, o que está ocorrendo no arquivo RAW.

Outras Configurações da Câmera


 Cada câmera possui um conjunto diferente de características e funções e escolher quais devem ser as configurações a utilizar, é uma questão de preferência pessoal. Explorar e conhecer o próprio equipamento pode aumentar a eficiência e a satisfação da experiência fotográfica do usuário. Ler e compreender o Manual da Câmera é fundamental.

Modos de Exposição

O modo de exposição ideal é, normalmente, definido como manual (para exposições até 30 segundos) ou Bulb (para exposições mais longas do que 30 segundos). Infelizmente, os fabricantes de câmeras não programam o obturador para velocidades maiores que 30 segundos, tornando necessário, para longas exposições, o uso de um disparador, preferencialmente, temporizado.

O modos manual e bulb oferecem controle total sobre a abertura do diafragma e a velocidade do obturador, sendo mais simples e eficientes do que os modos de prioridade de abertura ou velocidade do obturador, que muitas vezes, precisam ser alterados em face da compensação de exposição.

Muitos modelos de câmeras de entrada e quase todas as profissionais oferecem, pelo menos, um modo de exposição personalizado, que permite ao usuário programar configurações utilizadas com frequência.

Os modos personalizados são extremamente úteis ,pois permitem que o fotógrafo salve e mude, rapidamente, suas configurações para fotografia noturna. É, especialmente, útil ter múltiplos modos personalizados, pois estes podem ser configurados para testes em ISO elevado,para cenas ao luar e para cenas urbanas noturnas.

A principal diferença entre as configurações para cenas ao luar e urbanas noturnas é o balanço de branco. Além disso, o modo de exposição manual deve ser usado para ambientes urbanos noturnos, onde as exposições tendem a ser mais curtas, e modo de exposição Bulb, deve ser usado para o luar.

Live View

Live View é um excelente recurso auxiliar para focagem e deve ser utilizado, sempre que possível, em condições de foco críticas. Consome considerável energia da bateria, por isso é aconselhável utiliza-lo, apenas, quando necessário.

O Bloqueio do Espelho

O bloqueio do espelho é um dos poucos recursos da época em que as câmeras de filme dominavam o universo fotográfico, que foram transportados para a era digital.

É, ocasionalmente, útil para a fotografia em condições de luz deficiente, não sendo, geralmente, necessário à noite. Quando a opção “bloqueio de espelho” está ativada, o espelho que reflete a imagem no visor, através do prisma é bloqueado, retirando-o da trajetória da luz refletida pela cena, até o sensor. Essa operação reduz as vibrações do movimento do espelho, que poderiam resultar na perda de nitidez da imagem.

O bloqueio do espelho é útil para exposições que variam entre 1/15 de segundo a 2 segundos, especialmente, com teleobjetivas ou imagens focadas em distâncias “macro”. É desnecessário para exposições mais longas do que 1 ou 2 segundos.

Brilho do LCD
O brilho do LCD é definido nas câmeras, por padrão, num nível médio. Em condições de pouca luz, o ideal é reduzir o brilho do LCD de 1 a 3 pontos. Aexposição das imagens capturadas é avaliada através do histograma, mas um LCD brilhante, pode favorecer um erro de julgamento. A aparência da imagem no LCD está relacionada com a iluminação ambiente. Uma imagem que parece bem exposta na câmara, sob o luar, pode se mostrar, grosseiramente, subexposta quando exibida num software de pós-produção. Diminuir o brilho do LCD também economiza energia da bateria - a tela LCD é o maior consumidor de energia da bateria e diminuir o brilho faz uma grande diferença no tempo que a bateria irá durar. 

Configurações da Câmera para Fotografia Noturna

• RAW: Use o modo RAW em vez de JPEG para preservar a quantidade máxima de dados.
• Ajuste de ISO Nativo: configure sua câmera para o ISO nativo, sempre que possível, visando a máxima qualidade da imagem.
• Balanço de Branco: Defina o balanço de branco tão próximo quanto possível,para a temperatura de cor desejada, objetivando histogramas mais precisos.
• O Modo de Exposição Manual ou Bulb: Use o modo de exposição manual para manter o controle total sobre as configurações da câmera.
• Redução de Ruido em Longa Exposição: Considere o uso de LENR com câmeras mais antigas, câmeras que permitem a gravação contínua com LENR ativado e quando a temperatura estiver acima de 10 graus C.
• Histogramas: habilite a exibição do histograma, tanto em RGB, quanto de Luminosidade ou alterne entre eles, para a obter informações mais precisas. Baseie a exposição na visualização da imagem e nos histogramas.
• Indicador de Destaque: Ative o alerta de destaque, com a finalidade de visualizar os possíveis cortes nas informações da imagem.
• Brilho do LCD: considere a redução do brilho do LCD, tendo em vista ao nível de luz ambiente e para economizar a bateria.
• Funções Personalizadas: estilos de imagem e outras funções personalizadas não afetam os arquivos RAW, a menos que seja utilizado o software proprietário da câmera.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

FOTOGRAFIA NOTURNA . LOW LIGHT PHOTOGRAPHY . PARTE V


FOTOGRAFIA NOTURNA COM CAMERAS DIGITAIS 

 
Troy Paiva

Fotografar à noite, usando câmeras digitais tem quatro grandes vantagens sobre a fotografia com filme. Primeiro, a visualização da imagem da câmera revela se o fotógrafo compôs a imagem como imaginou e lhe dá a oportunidade de ajustar o enquadramento e melhorar a composição.

Em segundo lugar, a fotografia digital possibilita a análise do histograma que fornece valiosas informações sobre a exposição e dynamic range da cena.

A terceira vantagem é que as câmeras digitais não sofrem falha de reciprocidade, o que torna exposições prolongadas mais curtas do que seriam em filme e permite testes em ISO alto em condições de baixa luminosidade.

Finalmente, com DSLRs profissionais de alto nível, é possível fotografar em ISOs muito elevados, sem que a imagem seja, significativamente, degradada pelo ruído, registrando estrelas como pontos de luz, em vez dos rastros de luz que são registrados em longas exposições.

Fotografar em ISO alto proporciona, também, a oportunidade de fotografar pessoas com velocidades curtas sem iluminação adicional em ambientes, relativamente, claros sob a luz da noite.

A maior desvantagem da fotografia noturna feita com câmeras digitais é a ocorrência do ruído, o que torna, extremamente, difícil, a utilização de tempos estendidos.


A Exposição Ideal 




James Neeley


Ansel Adams, fotografando com filmes, desenvolveu um processo no qual expunha para as sombras e revelava para as altas-luzes. O objetivo era manter todas as infomações nas áreas de sombra, expondo no limite, para que se pudesse recuperar os detalhes no momento da revelação. Superexpondo o filme e depois, restringindo quimicamente, as altas-luzes, era possível comprimir cenas de alto-contraste e produzir cópias ricas em detalhes no laboratório.
A essência da exposição na fotografia digital segue princípios semelhantes. A captura ideal no formato RAW empurra o histograma para a direita, onde o sensor tem maior capacidade de registrar detalhes. A exposição, provavelmente, parecerá excessivamente brilhante no LCD da câmera, mas guardará as informações necessárias para uma impressão de qualidade.

Um arquivo no formato RAW é como um negativo de filme - contém grande riqueza de informações que podem ser interpretadas de muitas e variadas formas. A grande vantagem do RAW sobre o negativo do filme é que ele pode ser conservado em sua forma original, indefinidamente e reinterpretado a qualquer momento.

Aperfeiçoando, constantemente, sua técnica no pós processamento e mesmo pela atualização dos softwares, o fotógrafo tem o arquivo RAW, sempre, disponível para ser trabalhado.

O aspecto técnico mais importante da fotografia noturna digital é a otimização da exposição para captura RAW e seu processamento. Certamente,é preciso muito mais do que técnica perfeita na boa fotografia noturna, mas uma exposição adequada proporcionará ao fotógrafo, liberdade artística e controle criativo, para elaborar a imagem de acordo com sua visão.

Um arquivo RAW de alta qualidade mantém a melhor relação possível entre a captura de dados e o indesejável resultado do processo – o ruído. Esse evento é conhecido como “relação sinal-ruído” (SNR). O ruído é inerente a todos os processos elétricos, incluindo a fotografia digital e pode degradar ou mesmo, bloquear o sinal (imagem). Para se obter uma imagem da mais alta qualidade, é preciso atingir o mais alto SNR. Fornecer ao sensor da câmera a melhor exposição possível, sem eliminar importantes dados nas altas-luzes é a melhor maneira de garantir a melhor SNR.


O Sensor da Câmera


A fotografia digital é um processo complexo e não é necessário conhecer uma câmera a fundo, para fotografar. Entretanto, um entendimento básico de como os fótons que atravessam a lente, atingem o sensor e se transformam numa fotografia irá esclarecer o conceito de “exposição ideal”.

O sensor da câmera é uma matriz de milhões de pixels (1 megapixel = 1 milhão de pixels). Cada pixel possui um “poço eletromagnético” que coleta e armazena fótons durante a exposição.Esses fótons acumulam-se durante a exposição, sendo que alguns poços capturam maior quantidade, tornando-se saturados e transformando-se nas altas-luzes da imagem.Quando os poços estão completamente cheios e continuam a recebr carga, transbordam para as áreas vizinhas, causando um fenômeno chamado Blooming*, mais frequente quando as fotntes de luz estão incluídas na imagem. Alguns poços recebem, apenas, poucos fótons durante a exposição, transformando-se nas áreas de sombra da imagem.

Nas áreas de sombra profunda, o ruído pode ser confundido com dados. O limite de captura de detalhes nas áreas de sombra é o ponto onde o ruído pode ser distinguido dos dados reais.

Os arquivos RAW concentram as informações nas áreas de altas-luzes das imagens.

Metade do total dos níveis potenciais de brilho estão alocados na área mais brilhante da gama dinâmica da câmera. Metade dos tons potenciais restantes estão contidos na próxima área mais brilhante da gama dinâmica. O padrão se repete até que os poucos tons remanescentes, alocados nos níveis mais escuros se confundam com o ruído e os detalhes não sejam mais distinguíveis. Sensores maiores, com menos megapixels podem apresentar uma faixa dinâmica mais ampla, com menos ruído do que outros, menores com maior número de megapixels.


* Blooming



O sensor de uma câmara digital é formado por células ou fotodiodos, que ficam excitados, mais ou menos, dependendo da intensidade da luz recebida.

Estas células têm uma capacidade máxima de excitação, que se for ultrapassada durante o processo de captura da imagem, começam a transmitir carga elétrica para as células vizinhas, alterando a aparência dessas últimas na fotografia - serão representadas em cores diferentes das que deveriam, realmente, ter.

Este efeito é mais evidente a temperaturas elevadas, pois a carga elétrica é transmitida, mais facilmente, entre as células - é mais comum nos sensores CCD e parece mais controlado, nos CMOS.
É observado, com maior nitidez, nas áreas de maior contraste da imagem - no limite do contraste, uma célula, que recebeu grande quantidade de luz e, por isso, foi muito excitada, torna-se "branco puro" e a célula vizinha deveria apresentar-se escura, pois tendo recebido pouca luz, não foi excitada em igual proporção. Ocorrendo o blooming, a carga elétrica da primeira transborda, alcançando a segunda, tornando-a clara, alterando sua tonalidade real, interferindo na área escura.

Histogramas


Um histograma é a representação gráfica de uma exposição digital.

No processo de revisão das imagens no LCD da câmera, o histograma fornece informações adicionais sobre a exposição, indicando se ela foi adequada ou não.É ferramenta essencial para o fotógrafo digital e deve ser utilizado, fielmente, se a qualidade da imagem é fator primordial.

A luminância ou a intensidade da luz é expressa no eixo X (horizontal) do histograma e o eixo Y (vertical) representa a quantidade relativa de luz, em qualquer intensidade dada, isto é, a quantidade de cada tom, presente na imagem.

O histograma descreve o intervalo de tons da imagem. A maioria das câmeras podem exibir um histograma de luminosidade, que mostra brilho e um histograma RGB, que fornece o mapeamento de cada canal de cor. Ambos são úteis, mas de diferentes maneiras.

O histograma de luminosidade fornece uma melhor indicação da exposição global e se há ou não corte significativo, tanto nas áreas de sombra, quanto nas altas-luzes. O histograma RGB mostra a ocorrência de corte em qualquer um dos canais de cor – vermelho, verde e azul.

Na maioria das situações de iluminação, o histograma de luminosidade fornece orientações para uma exposição confiável, mas à noite, quando o fotógrafo se depara com variadas fontes de luz, de tonalidades de cor muito fortes, o histograma RGB é inestimável. Ele pode indicar corte em um único canal de cor, que pode passar despercebido pela observação, apenas, do histograma de luminosidade.

Além de mostrar a faixa tonal de uma imagem, o histograma também pode descrever a gama dinâmica.

Uma imagem em high- key terá a maior parte de suas informações alocadas do lado direito e uma imagem em low-key terá seus dados agrupados para a esquerda do histograma. Uma imagem de alto contraste, sem muitos meios-tons terá o histograma em formato de “U” e uma imagem de contraste moderado, sem destaques brilhantes ou sombras profundas pode mostrar um histograma com um pico central ou, ainda, no formato de um sino.

Uma imagem onde a distribuição de sombras, tons médios e realces é, relativamente,equilibrada vai exibir um histograma sem picos altos. Quando os dados representados tocarem o lado esquerdo do gráfico, há indicação de subexposição e corte nas sombras. Quando o mesmo corre no lado direito, há de luminosidade.

Ambos, a princípio, significam dados perdidos, sendo indesejáveis e devem ser evitados, sempre que possível.



O corte nas sombras significa que não há detalhes suficientes presente nas sombras e o corte nas altas-luzes indica que os pixels ali alocados, tornaram-se “branco puro”, sem nenhum detalhe preservado, não podendo ser recuperados. O corte nas altas-luzes pode ser, especialmente, difícil de se detectar, pois pode estar representado por um pico muito estreito, confundindo-se com o limite do lado direito do histograma. O corte nas sombras costuma ser mais evidente, havendo, geralmente, maior volume de tons escuros formando picos distintos do limite esquerdo do histograma. A pré-visualização da imagem e do histograma devem ser, sempre, considerados em conjunto no contexto da cena a ser fotografada pois, juntos fornecem mais informações do que qualquer um deles sozinho.




Alerta de Destaque


O histograma não mostra, exatamente, onde os dados da imagem estão sendo cortados.
A função do alerta de destaque, é sinalizar que estão ocorrendo cortes e onde se localizam na imagem - esse recurso deve ser ativado e usado como indicação adicional.

O alerta de destaque pisca, sendo sobreposto à visualização da imagem e mostra onde, exatamente, está ocorrendo o corte de dados. Normalmente, na fotografia noturna, os cortes nas altas-luzes ocorrem quando fontes de luz são incluídas na cena, sendo a situação, inevitável e pouco relevante. Mas, o alerta mostrará, também, se a área entorno das fontes de luz está sendo afetada. Caso isso ocorra, convém reduzir a exposição a fim de preservar detalhes nessa parte da imagem.

Distinguir entre o que é ou não, detalhe relevante na área das altas-luzes é de suma importãncia para determinar a melhor exposição para uma dada cena.

Os histogramas e alertas de destaque intermitentes baseiam-se na visualização JPEG da imagem exibida no LCD da câmera e não, nos dados brutos em si.

Eles não são 100% precisos, mas ainda assim, fornecem a melhor indicação sobre a exposição definida. A pré-visualização da imagem e o histograma também sofrem alterações causadas pelos estilos de imagem ou quaisquer funções personalizadas, que possam ser ativadas na câmera, mas os arquivos RAW, geralmente, não sofrem alterações, caso sejam utilizados conversores como o Aperture, Adobe Camera RAW (ACR), ou Lightroom. Quando se fotografa no formato RAW, deve-se configurar o estilo de imagem para o “neutro” e desativar qualquer das funções personalizadas, que afetam a imagem, exceto a “redução de ruído em longa exposição” – essa manobra fornecerá uma visualização mais fiel e precisa da imagem. Os parâmetros de estilo de imagem incluem ajustes de nitidez, contraste, saturação e tom, oferencendo uma maneira de personalizar a aparência de imagens executadas em JPEG, já na câmera. Os softwares proprietários da Canon e da Nikon - Canon Digital Photo Professional e Nikon Capture NX - reconhecem as definições de funções personalizadas, que são aplicadas aos arquivos RAW como metadados e executadas quando o arquivo é aberto no computador.


Dynamic Range – Gama Dinâmica


A gama dinâmica é o intervalo entre os tons mais brilhantes e mais escuros. Pode descrever uma cena ou um dispositivo de captura (como uma câmara ou um scanner). Uma gama de tons descreve o número de tons dentro da gama dinâmica. Podem ocorrer muitos tons dentro de uma estreita gama dinâmica ou poucos ,dentro de uma ampla gama dinâmica.

Uma maior gama tonal significa transições de cores mais suaves e uma maior gama dinâmica significa, que há maior diferença entre os tons mais brilhantes e os mais escuros.

A gama dinâmica da câmera abrange a gama de tons que o sensor consegue capturar entre a saturação (quando um pixel se torna “branco puro”) e quando a textura é indistinguível (quando um pixel se torna, quase, preto).

A gama dinâmica de uma cena, frequentemente, excede a capacidade de registro do sensor, especialmente, à noite.

Sempre que existirem fontes luminosas ou brilhos especulares na cena, a gama dinâmica será muito ampla. Determinar quais são os detalhes a serem preservados é uma decisão crítica para se obter a exposição ideal. Se uma cena, que inclui fontes de luz, é exposta para evitar todo o corte nas altas-luzes, o restante da imagem se apresentará tão subexposto, que ocorrerão cortes significativos nas áreas de sombra, no restante da imagem.
A subexposição e o corte nas sombras podem aumentar, drasticamente, o ruído e reduzir o SNR. Nesse caso, a solução é permitir que ocorram cortes nas altas-luzes provenientes da fontes de luz incluídas na cena e reduzir a exposição, apenas o suficiente, para impedir o blooming.
As vezes, a gama dinâmica de uma cena pode ser reduzida pela recomposição, a fim de eliminar as luzes do quadro ou, por vezes, é interessante executar várias exposições e combina-las como camadas na pós-produção.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

FOTOGRAFIA NOTURNA . LOW LIGHT PHOTOGRAPHY . PARTE IV

Fontes Luminosas e Temperatura de Cor


As cores da luz do dia mudam com o decorrer das horas, de acordo com as camadas da atmosfera, que os raios do sol necessitam atravessar para alcançar a Terra e a qualidade dessa mesma atmosfera depende, por sua vez, do grau de elevação, no qual o sol se encontra em relação ao horizonte.
Em virtude de termos, apenas, uma fonte de luz primária durante o dia, a maioria das fotos capturadas nesse período, têm sua cores balanceadas para ela.
Entretanto, no horário noturno, existem variadas fontes luminosas e cada uma, possui sua temperatura de cor própria.
O olho humano realiza um trabalho fantástico, compensando os diferentes níveis de luz, através da dilatação e contração das pupilas, baseado no que foi visto anteriormente.
O cérebro, por sua vez, tem a capacidade de se adaptar e compensar as diferentes temperaturas de cor das luzes noturnas, como se essas, emitissem luzes de cores neutras.
Quando vemos, próximas umas das outras, diferentes tipos de fontes luminosas, a diferença de cor entre elas é mais perceptível.
A fotografia tende a registrar e, de certa forma, exacerbar a cor da luz, uma vez que os filmes e sensores digitais não conseguem se adaptar e compensar as diferenças, como o olho humano.
Diferentes tonalidades de luz, atuando num mesmo espaço e misturando-se, podem potencializar o impacto da fotografia noturna, mas sem o devido tratamento, podem ser fonte de efeitos indesejáveis.
As câmeras digitais, normalmente, possuem o recurso de White Balance, configurado para a fonte de luz dominante, num determinado ambiente.
As câmeras digitais podem ter o White Balance configurado para “Luz do Dia”, “Tungstênio”, “Luz Fluorescente”, “Dia Nublado”, “White Balance Personalizado”, “Temperatura de Cor Específica – K” ou “Auto White Balance”.
Geralmente, o “Auto White Balance” funciona bem, desde que não estejam atuando, num mesmo ambiente, variadas fontes de luz, com temperaturas de cor diferentes, situação que ocorre, frequentemente, à noite.
O filme é mais limitado, sendo balanceado para “Luz do Dia” (5500 K) ou “Tungstênio” (3200 K).
Os fotógrafos, que trabalham com câmeras analógicas podem, até certo ponto, corrigir a cor de suas fotografias, usando filtros, mas os resultados são limitados quando, no mesmo ambiente, atuam diferentes fontes luminosas.
Nem o filme, nem o sensor digital conseguem resolver, completamente,  a questão, quando múltiplas fontes de luz, de diferentes temperaturas de cor, estão presentes no mesmo ambiente, mas os filmes profissionais mais avançados, possuem uma quarta camada de cor, o que significa uma melhoria substancial, em relação aos filmes antigos. No caso da fotografia digital, os softwares de tratamento de imagem podem ,na maioria dos casos, compensar os desvios de cor.
Naturalmente, a mistura de fontes de luz não se constitui num problema, quando se fotografa com filme em branco e preto, mas o White Balance correto, segue sendo importante, quando se fotografa com câmeras digitais, tendo como finalidade, a fotografia em branco e preto.
Normalmente, é desejável que as imagens apresentem tonalidades neutras, mais próximas das cores naturais, mas, mais comumente do que se pode imaginar, a mistura de fontes luminosas pode agregar maior valor na estética e na capacidade de impacto de uma fotografia.
Da mesma forma que os técnicos em iluminação cênica utilizam fontes luminosas de cor quente, misturadas a outras frias, objetivando criar uma atmosfera diferenciada, os fotógrafos podem, também, utilizar esse recurso a seu favor.
Para isso, o primeiro passo é aprender sobre cada fonte luminosa  - sua natureza e comportamento – e como elas afetarão a fotografia.
A escala kelvin de temperatura é utilizada para mensurar a cor da luz, que vai de 1500 K, para a luz de velas, passando por 4000 K, para a luz da lua, 5500 K para a luz do sol, até 12000K para a luz de um dia com céu azul e sem nuvens.
Quanto mais baixa a temperatura de cor, mais “quente” (amarelo-laranja) é a cor da luz e quanto mais alta, mais “fria” (azulada).
A escala Kelvin não é o método mais preciso para se mensurar a cor de muitas das fontes de luz artificial, porque na verdade, ela só se aplica a fontes de luz incandescentes -fogo, a luz do sol (ou lua), luz gerada por combustão a gás ou lâmpadas de tungstênio.
Lâmpadas de descarga, como a de sódio, fluorescentes a vapor e as lâmpadas de haletos metálicos, fornecem luzes que variam, em tonalidade, do vermelho ao azul na escala Kelvin. Fluorescentes, vapor de mercúrio e as luzes de iodetos metálicos, apresentam componente verde, que não pode ser contabilizado na escala Kelvin.
Os fotógrafos que utilizam câmeras de filme, servem-se dos filtros ou gelatina diante de suas lentes para compensar o verde e o ciano presentes nesse tipo de fonte luminosa e os que usam as digitais, podem contar com programas de pós-produção para refinar o equilíbrio de cores, embora o ideal seja efetuar a correção na própria câmera, no momento da configuração para captura.
A maioria das câmeras DSLR possuem controles de White Balance que vão de 2500 K a 8000 K.
A configuração escolhida para o White Balance afeta o histograma de brilho da imagem, que é o principal meio de conferir a exposição obtida e compará-la com a desejada. Assim, configurar o balanço de branco para se obter cores mais próximas do real, garantirá, também, uma exposição mais adequada.
As fontes de luz artificiais mais comuns são as de vapor de sódio, multi-vapores metálicos, fluorescentes, de tungstênio e de vapor de mercúrio.
As lâmpadas de sódio de alta pressão são o tipo predominante na iluminação pública. Essas luzes têm uma dominante laranja- rosada – a correção das cores iluminadas por ela é difícil de ser executada com exatidão, embora pareçam neutras ao  olho humano.
Luzes de vapor de mercúrio emitem um tom azul-esverdeado e uma pequena porção de radiação ultravioleta, não sendo utilizadas, atualmente, com tanta frequencia. As que persistem, são encontradas em ambientes industriais.
As lâmpadas de iodetos metálicos possuem engenharia de geração de luz similar às de vapor de mercúrio, mas receberam, dentro de seus tubos, outros elementos com a finalidade de produzir um espectro mais amplo.
São cada vez mais comuns em estacionamentos e parques públicos, mas seu uso mais frequente é em estádios e instalações esportivas, por produzir luz branca e brilhante.
Lâmpadas de haletos metálicos podem ter temperatura de cor variada, mas a maioria se apresenta azulada na fotografia.
As lâmpadas cerâmicas de descarga de iodetos metálicos representam uma nova tecnologia em iluminação e estão competindo com o LED , como a próxima geração na iluminação pública. Os LEDs são usados ​​em semáforos,  faixa de pedestres e estão substituindo o néon na sinalização. São altamente eficientes, mas muito dispendiosos quando comparados a outros dispositivos de iluminação. Podem ser fabricados em muitas cores, mas geralmente , têm temperatura de cor semelhante à luz do dia, variando entre 4000K e 7500K.
Luminárias fluorescentes são usadas, ​​ocasionalmente, ao ar livre, mas são encontrados, principalmente, em escritórios e outros edifícios comerciais.
Se você fotografar a silhueta da cidade à noite e observar que os interiores dos edifícios são verde brilhante, o prédio é iluminado por luz fluorescente.
Luzes incandescentes de tungstênio são aquelas que a maioria das pessoas têm em suas casas - elas têm temperatura de cor quente, são amareladas e estão entre 2800 K e 3200 K.
Essas, são as principais fontes artificiais de luz que irão impactar a fotografia noturna e, como foi dito anteriormente, vale a pena aprender a distingui-las.




Condições Climáticas

As condições do clima podem afetar, dramaticamente, tanto o contraste quanto o equilíbrio das cores da fotografia noturna. Além disso, podem ocorrer contrastes extremos entre áreas iluminadas por luzes artificiais e absolutamente escuras, bem como entre o céu e o tema central da foto.

Em noites claras, a exposição para o céu é, significativamente, mais longa do que para cenas iluminadas artificialmente.

O fotógrafo deve configurar a exposição, tentando favorecer tanto o ceu quanto a cena ao nível do solo. Uma forma de compensar essa disparidade de exposição é fotografar nas noites de lua cheia ou quase cheia, alta no céu.
O luar terá um impacto, relativamente, pequeno na iluminação da cena na terra, mas iluminará o céu, conferindo cor e tom, na fotografia. Nas noites nubladas, as nuvens no céu refletirão a luz da Terra, reduzindo o contraste geral da imagem e adicionando cor ao ceu. A cor da luz, predominante, será a do ceu céu, m
as o resultado será a combinação de todas as luzes misturadas e direcionadas pelas nuvens, de volta a Terra.

Na maioria dos locais, um céu nublado terá um matiz púrpura, que variará em intensidade, dependendo da altura das nuvens, do nível geral da iluminação vinda da terra e do tipo de iluminação das imediações.


Lance Keimig

Se houver discrepância entre o tipo de iluminação da cena principal e a luz predominante no ambiente, poderão ocorrer diferenças, ainda maiores, de temperatura de cor entre o céu e o solo.
Estas diferenças podem criar imagens interessantes, mas também, causar problemas na correção das cores, se forem desejadas tonalidades naturais. Fotografias noturnas urbanas, normalmente, são mais bem sucedidas em noites de céu nublado ou em noites claras, de lua cheia.






















Lance Keimig

A situação é um pouco diferente, em cenas sob iluminação natural, à luz da lua.  Em noites claras, a exposição para a cena na terra e para o céu é, praticamente, a mesma.
Obviamente, o tempo de exposição será mais longo, se a cena for iluminada por pouca ou nenhuma luz da lua, mas mesmo apenas, sob a luz das estrelas é possível fotografar em áreas afastadas, em noites claras.
Fotografias executadas em noites nubladas, em áreas com pouca ou nenhuma iluminação no nível da terra, resultam em imagens que apresentam céu branco,  brilhante e um primeiro plano escuro, de baixo contraste, embora haja alto grau de contraste geral, entre o céu ea terra.
Uma das soluções para essa condição é a iluminação do primeiro plano através do ligth paiting.
Formações de nuvens e seus movimentos podem tornar a fotografia noturna mais interessante – posicionar a câmera, perpendicularmente a elas ou, pelo menos, num ângulo de 45 graus, torna a tomada mais dramática.
Quando as nuvens se movem, paralelamente, ao plano da fotografia, tendem a apresentar-se borradas, lavando a imagem, criando um efeito de “céu branco”.

Flare

Fotografias noturnas podem ser prejudicadas por reflexos nas objetivas, causados pela luz brilhante e difusa , que atua diretamente sobre a lente, proveniente de fontes situadas fora do campo de visão.
Essa luz indesejada é dispersada através da superfície das lentes da objetiva e pode manifestar-se de diferentes formas.
O Flare, como é chamado, pode ter formato hexagonal ou octogonal, refletindo a forma de abertura do diafragma da objetiva ou pode se apresentar com formas anelares ou de estrelas. Pode ainda, aparecer como uma névoa na imagem, reduzindo o contraste, especialmente, quando ocorre uma luz intensa, fora da cena enquadrada.






















Lance Keimig

As objetivas grande - angulares e zoom são, especialmente, propensas ao Flare, pois seu design complexo e numerosos elementos, propiciam maior quantidade de superfícies por onde a luz se espalha no interior de seus corpos.
Filtros, especialmente sujos, também colaboram para a ocorrência de rerflexos nas lentes - a menos que o fotógrafo seja descuidado com seu equipamento, ocasionando acidentes ou esteja trabalhando em locais onde haja muita poeira e vento, é aconselhável dispensar os filtros na fotografia noturna.
O para-sol é concebido para prevenir o aparecimento do Flare, embora os engenheiros responsáveis pelos projetos das objetivas estejam comprometidos com a eficiência das mesmas, mantendo sua capacidade de zoom e reduzindo efeitos indesejáveis.

Muitas vezes, é difícil detectar o flare pelo visor da câmera, especialmente, quando este ocorre nas bordas da lente, principalmente,  porque os visores SLR e DSLR exibem, apenas, 95- 97% da imagem enquadrada. A melhor maneira de verificar se há Flare é posicionar-se diante da câmera e olhar para a superfície da lente, tomando cuidado para não causar sombra sobre ela.
Se for possível observar qualquer raio de luz sobre a lente, existem grandes chances de que a imagem apresente flare. Nesse caso, a melhor solução é proteger a lente com um bloqueador (cartão negro), que pode ser segurado pelas mãos do fotógrafo ou acoplado à câmera com algum acessório de suporte. 

É preciso ter cuidado ao se posicionar o bloqueador, para que o mesmo não invada o campo de visão, especialmente, quando for usada uma objetiva grande-angular.