quinta-feira, 15 de outubro de 2015

"ENCONTROS FOTOGRÁFICOS" COM LEO DRUMOND - 21/10 QUARTA FEIRA


No próximo dia 21 de outubro, às 20h, o fotógrafo Leo Drumond participa de um bate-papo no Teatro Sesi Holcim para falar sobre o cenário atual do fotojornalismo, seu trabalho à frente da Agência Nitro e o projeto “Os Chicos”.

A Studio3 Escola de Fotografia & Sesiminas promove no dia 21 de outubro, quarta-feira, às 20 horas, no Teatro Sesi Holcim, mais uma edição do “Encontro Fotográfico”, evento aberto e gratuito, que tem como objetivo, proporcionar a troca de experiências e conhecimento entre o autor e público.

O convidado dessa edição é Leo Drumond, um dos fotógrafos à frente da Agência Nitro, que estará em cartaz a partir do dia 20 de outubro, com a exposição “Os Chicos” na Galeria de Arte Sesiminas.


O encontro será um bate-papo descontraído para estudantes de fotografia, fotógrafos profissionais e amantes da arte da objetiva, onde Leo Drumond dividirá com a plateia sua experiência em projetos de fotojornalismo, fotodocumentário e fotografia autoral.

Para ele, o fotografo é um contador de histórias e esta foi uma diretriz para o desenvolvimento do projeto “Os Chicos”. Durante cerca de 100 dias, entre 2009 e 2011, ele e Gustavo Nolasco percorreram as comunidades ribeirinhas do Rio São Francisco entrevistando e documentando histórias de pessoas, que se chamavam Francisco ou Francisca.

“‘Os Chicos’ foi um grande projeto onde a gente contou não uma, mas várias histórias, ao longo dessas viagens pelo Rio São Francisco”, explica.


No encontro, Leo Drumond também falará sobre o cenário atual do fotojornalismo, as perspectivas para quem está entrando no mercado e sobre o trabalho na ARFOC-MG, a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de Minas Gerais. 


ENCONTRO FOTOGRÁFICO STUDIO3 & LEO DRUMOND

Data: 21 de outubro (quarta-feira) - Hora: 20h
Local: Teatro Sesi Holcim | Rua Alvares Maciel, 59 – Santa Efigênia
Entrada franca, sujeita à lotação do espaço (106 pessoas)

Exposição “Os Chicos” de Leo Drumond e Gustavo Nolasco na Galeria de Arte Sesiminas, a partir do dia 20 de outubro. 
Rua Padre Marinho, 60 Santa Efigênia - Belo Horizonte - [31] 3241-7186
Período: de 21/10 a 15/11/2015
Horário: de terça a domingo das 9:00h às 18:00h 

Leia a entrevista com Leo Drumond:

Qual a sua opinião sobre o cenário atual do fotojornalismo?
 
Hoje, uma realidade é o fim dos veículos tradicionais, os jornais e as revistas como a gente concebia. E o jornalista de imagem, mais do que um fotojornalista, está cada vez mais multimídia. Ele tem que saber de áudio, ele tem que fotografar bem, ele tem que gravar vídeo, ele virou um profissional com um perfil mais completo.
Acho que talvez essa seja a principal mudança no cenário atual. É muito difícil uma pessoa, que está entrando no mercado hoje, não ter essa perspectiva multimídia. Essa é uma exigência do mercado e parte desta reestruturação da mídia como a gente conhece hoje.

Neste contexto, você acha que o treino do olhar é cada vez mais importante para o fotojornalista? Principalmente para desenvolver um trabalho mais autoral, com uma identidade mais forte?

Hoje, numa época em que os equipamentos estão tão bons, tão práticos, eles resolvem boa parte do que a gente chama de registro. Cada vez mais, o que um profissional de imagem tem de melhor é o seu olhar. É o livro que ele leu, o filme que ele viu, a exposição que ele visitou, como ele processou isso tudo e vai transmitir isso nas suas imagens. Ele está sempre estudando.

Porque fazer uma boa foto, fazer um bom vídeo, muita gente faz e já espera-se isso. Hoje uma câmera resolve boa parte das situações de luz. Então, cada vez mais o profissional de imagem é um olhar, um olhar que está se comunicando, que está investigando um assunto, que está aprendendo, que está transformando. A parte sensível que ele irá trazer em suas imagens é fundamental e é hoje, o que faz a diferença. Cada vez mais o profissional está trazendo esse olhar, que transmite tudo o que ele vive, experimenta e estuda na vida.

E como foi o processo de produção de um dos seus últimos projetos que deu origem à exposição “Os Chicos”, que será exposta na Galeria de Arte Sesiminas?

Lá na Nitro, a gente se define como contadores de história, e o Chicos foi um grande projeto onde a gente contou não uma, mas várias histórias ao longo dessas viagens pelo Rio São Francisco, contando não só as histórias dos Franciscos e Franciscas, mas desse mundo onde eles vivem.

Este projeto foi inicialmente pensado para livro, mas foi adquirindo novas roupagens por conta do conteúdo vasto, que produzimos ao longo das viagens. É sempre uma montagem diferente que eu faço da exposição “Os Chicos” e é sempre um prazer enorme revisitar de novo o material, criar novos significados, contar novas histórias. Então é sempre uma coisa muito linda, dá um tesão muito grande.

Hoje em dia, a gente tem pouco contato com fotos impressas nesse mundo digital e é muito bom ter a possibilidade de explorar a fotografia Fine Art, onde as fotos são impressas em papel de alta qualidade com impressoras jato de tinta com pigmento mineral. É sempre bom, é uma nova saída.

O projeto “Os Chicos” tem um material tão vasto e com um valor antropológico tão grande, que eu sempre fico feliz de reestudar- lo, revisitar todo o conteúdo, que foi produzido e dar uma nova cara a ele em cada exposição.

SOBRE A STUDIO3 ESCOLA DE FOTOGRAFIA & SESIMINAS

Fundada em 2010, o Studio3 Escola de Fotografia é uma das mais reconhecidas escolas de fotografia de Minas Gerais, atuando em parceria com o Sesiminas. Por ela, já passaram mais de 300 alunos, tendo muitos deles ingressado com sucesso, na carreira profissional.

O Studio3 oferece cursos básico e profissional, além de cursos de especilização e workshops avançados para profissionais da área. Conta ainda com uma equipe professores qualificados e reconhecidos no mercado.

SOBRE LEO DRUMOND

Leo Drumond é formado em Design Gráfico pela UEMG. Atuou na Agência 1°Plano e no Jornal Hoje em Dia como repórter fotográfico. Em 2005 participou da primeira turma de trainees de fotografia do jornal Folha de São Paulo

Em 2007 foi o vencedor do prêmio Banco do Nordeste, na categoria mídia impressa-foto. Neste ano realizou seu primeiro grande projeto autoral: o Beira de Estrada, no qual percorreu 25 mil quilômetros de estradas mineiras, documentando todo universo do entorno das rodovias. O projeto virou livro e foi lançado em março de 2010.

Entre 2009 e 2011 percorreu o Rio São Francisco em busca dos "Chicos", projeto em parceria com o jornalista Gustavo Nolasco, lançado no fim de 2011 e vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Fotografia.

Atualmente trabalha na Agência Nitro e está envolvido em projetos sobre ocupação urbana e patrimônio imaterial.

SOBRE ANDREIA BUENO

Idealizadora e diretora do Studio3 Escola de Fotografia & Sesiminas, Andreia Bueno é fotógrafa, professora e empresária. Há 28 anos, atua no mercado fotográfico mineiro e tem experiência nas áreas de fotografia casamentos, publicitária, editoriais de moda, fotografia gastronômica, books, entre outras, além de desenvolver projetos autorais.

Por Silvia Dalben
Assessoria de Imprensa Studio3

terça-feira, 6 de outubro de 2015

CURSO "LIGHTROOM 6 PARA FOTÓGRAFOS DIGITAIS" . MATRÍCULAS ABERTAS


A partir de hoje, dia 06 de outubro de 2015, Escola de Fotografia Studio3 & Sesiminas está com matrículas abertas para o curso "Lightroom 6 para Fotógrafos Digitais", ministrado pelo professor Cau Pansardi.

O curso parte do "zero" e prepara o aluno para a edição e tratamento perfeito de suas fotografias, preservando toda a qualidade dos dados digitais e alcançando a estética desejada, respeitando seu estilo.

Serviço:
Curso "Lightroom 6 para Fotógrafos Digitais"
Período de Realização: de 20 de Outubro a 12 de Novembro de 2015
Terças e quintas feiras, de 19:30h às 22:30h
Local: Escola de Fotografia Studio3 & Sesiminas
Rua Alvares Maciel, nº 59 - 7º andar - Sala 03 - Santa Efigênia - BH/MG
Carga Horária - 24 horas
Professor: Cau Pansardi
Certificação: os alunos participantes receberão certificação SESI & Studio3
Vagas: 15

Inscrições:
As inscrições podem ser feitas pela internet, através do email - solicite a sua:
studio3.sesiminas@gmail.com
Informações: (31) 2551-3720 / 3241-7175 / 9636-4022

Garanta sua vaga!







domingo, 4 de outubro de 2015

O SIGNIFICADO DE UMA FOTOGRAFIA


Foto reproduzida da Revista Ecológico, abril 2014

Quantas coisas nos lembramos a partir de uma única fotografia registrada numa ocasião especial?
Quanta saudade sentimos de pessoas, tempos, lugares ao rever fotos guardadas?
Quanta informação absorvemos a partir de imagens feitas de coisas, lugares e acontecimentos que jamais poderíamos imaginar?

Quantos sentimentos, ideias e significados uma fotografia pode representar?

Todas essas possibilidades são consequências do “poder”, que a fotografia tem de reter um instante, numa imagem.
Imagem, que pode se tornar uma informação, um documento, um acervo ou uma referência para a nossa lembrança – Uma foto é, sem dúvida, um objeto de memória seja ela particular ou coletiva.

A escritora Susan Sontag no livro Sobre Fotografia (1977) fala sobre essa intensidade da fotografia:

“Cada fotografia é um momento privilegiado convertido num pequeno objeto que se pode conservar e olhar repetidamente. ”“... testemunha a inexorável dissolução do tempo, precisamente por selecionar e fixar um determinado momento. ”“...invenção que permite o registro do que vai desaparecendo."

Provavelmente, essa seja a razão da emotividade e da magia, que envolvem as fotografias, o desejo de alcançar ou ter uma realidade - que já passou ou fantasiada.
Mas todas essas questões estão ligadas à nossa própria experiência, conhecimento e forma de ver o mundo. Nenhuma emoção será provocada se não houver um contexto, semelhança, entusiasmo ou história.

Isso não quer dizer que toda fotografia seja necessariamente um retrato fiel da realidade. Muitos significados podem ser construídos a partir de uma simples opção ou intenção do fotógrafo.

Essa fotografia de Carlos Drummond por exemplo, que serviu de modelo para a escultura instalada em Copacabana, conta um pouco da história do poeta... será?

Foto: Rogério Reis 1982 

Carlos Drummond sempre me comoveu e qualquer imagem em que ele aparece, me chama atenção, sinto uma certa familiaridade no seu semblante e é claro, adoro sua poesia.
Mas enfim, pesquisando sobre a foto, que deu origem à famosa escultura, tive uma grande surpresa e um ótimo exemplo para refletir sobre o poder de uma imagem.

A história, que a maioria das pessoas conhece sobre a escultura, é a de que Drummond, sempre frequentava aquele banco, onde contemplava Copacabana e escrevia poesias... Essa é a história contada pela fotografia inspiradora da obra, mas na verdade, não foi bem assim.

A fotografia de Rogério Reis serviu de modelo para a escultura e deu vida a uma história um pouco diferente da realidade, que na sua própria opinião, não representava bem a intimidade do poeta. O próprio fotógrafo confirmou “foi uma foto construída”. 

Segundo ele, Drummond morava em Copacabana, mas sempre caminhava na direção do Leblon. Como ele precisava de uma foto especial para a revista Veja, pediu ao poeta para fotografar ali mesmo. Drummond concordou e assim foi criada uma nova “realidade”, um pouco diferente dos costumes do poeta, mas que se tornou uma imagem emblemática na história da relação de Drummond com o Rio de Janeiro.


Por diversas razões, muitas vezes, o fotógrafo precisa criar um ambiente para fotografar e em alguns casos, é essa criação, que dá valor histórico à foto.
Mas, isso também representa um risco, claro.
Nesse caso a fotografia de Rogério Reis, que não retratava a realidade, assumiu um significado muito maior do que a intenção, no momento da foto.

Por Beth Faustina, Outubro de 2015
Studio3 Escola de Fotografia