A composição é uma das formas de criar fotos, que causam impacto.
É a maneira harmônica de distribuir e interligar os elementos de comunicação visual, dentro de uma imagem.
Uma foto, tecnicamente, bem feita pode ser destruída, se não houver cuidado na composição - é como o uso da sintaxe na elaboração e expressão textual.
São inúmeras as ferramentas de comunicação visual e hoje, abordamos uma delas - a Direção.
Quando falamos sobre direção, estamos nos referindo ao uso de linhas imaginárias, formadas nas cenas, pelos elementos, que as compõe e desempenham importantes funções, na leitura da mensagem imagética.
Uma das mais importantes é a criação de fluxo, o direcionamento do olhar do observador.
O fotógrafo Drew Hopper publicou um interessante artigo ilustrado no Petapixel, que traduzimos para que você possa ampliar seu conhecimento sobre o tema:
A composição pode criar uma boa fotografia ou destruí-la.
Por isso, é importante compreendê-la e saber como usá-la de maneira criativa e eficiente.
Essencialmente, a composição define a posição relativa dos elementos visuais numa foto.
Uma composição consistente utiliza linhas, que direcionam o olhar do observador para o assunto principal – podem ser linhas horizontais, verticais ou diagonais, dependendo do posicionamento do centro de interesse na cena.
Veja nas fotos abaixo, como o fotógrafo Drew Hopper compôs cada cena, utilizando-se de linhas, que conduzem o olhar para o tema principal das fotos. Ele desenhou setas com o Photoshop nas imagens, para ajudar a compartilhar sua visão, quando estava compondo cada click. Assim espera, que mesmo os que não estão familiarizados com a composição, sejam capazes de visualizar, compreender sua importância e entender como compor fotografias perfeitas.
Nessa imagem, a intenção era dirigir o olhar dos espectadores através da cena e ao longo do corredor, ao mesmo tempo em que o personagem olhava na direção contrária das linhas diagonais.
A mulher ao fundo, que carregava a cesta na cabeça, andava pelo alinhamento do corredor, o que ajudou a adicionar direção.
Observe o padrão contínuo – o ritmo – criado pelos pilares do corredor e como se tornam menores, quanto mais o olhar se aprofunda na imagem. Através dessa ferramenta visual, foi possível acrescentar profundidade à imagem, mantendo o foco principal no monge, em primeiro plano.
Essa foi uma composição bastante simples, com o assunto centralizado no quadro.
O fotógrafo compôs a imagem de forma, que o posicionamento da rede de pesca desenhasse linhas diagonais, na direção do pescador.
Drew Hopper utilizou uma objetiva grande-angular, que distorceu o quadro, acrescentando profundidade à cena.
Aqui, o centro de interesse eram os noviços, mas o fotógrafo queria também, capturar a luz ambiente e aproveitar os raios de sol, como ferramentas de direcionamento do olhar. Compondo a imagem com os noviços sentados sob os raios de luz, foi possível manter o foco em seus livros e aproveitar a parede do lado esquerdo, para direcionar o olhar.
Aqui, o fotógrafo compôs a foto, posicionando o noviço no terço esquerdo do quadro (regra dos terços) e usou os pilares do lado direito para conferir profundidade à imagem.
As linhas formadas pelo padrão do lado direito da foto e pelo teto, conduzem o olhar para o noviço, enquanto ele olha para baixo e caminha na direção do fotógrafo.
A composição é simples, mas bastante forte, feita com uma objetiva grande-angular.
Essa é outra composição centralizada, com o monge sentado na metade inferior do quadro. Enquadrando a cena sob um ângulo mais baixo, o fotógrafo criou certa distorção com uma objetiva grande-angular e pôde acrescentar linhas diagonais, que apontassem para o monge. Ao mesmo tempo, posicionou-se de forma, que as linhas horizontais das alvenarias laterais, direcionassem o olhar para o centro.
As cerâmicas, que cobrem o piso criam também, linhas que apontam para o interior do quadro, fechando a composição.
Drew Hopper comenta, que essa é uma composição incomum para ele, uma vez que horizontes não são sua preferência, embora a imagem tenha funcionado bem, com o enquadramento feito sob um ângulo mais baixo, a partir do barco.
Como no momento da foto, o pescador levantou a cesta, foi criado um reflexo na água, que acrescentou linhas direcionais, apontando para o centro do quadro.
O horizonte foi enquadrado formando uma linha, que vai do canto inferior esquerdo, no sentido diagonal, para a direita superior, o que criou uma composição transversal.
Outra composição bastante simples: a luz entrava na cena, pelo lado esquerdo.
Drew, então, compôs a foto com o noviço posicionado do lado direito do quadro, olhando através dos raios de luz, que pelo ângulo de incidência, criaram um contraste profundo.
Compor bem uma imagem é um exercício constante e isoladamente, não basta para uma foto de impacto, embora auxilie na estética.Para a criação de imagens, que emocionam e se tornam inesquecíveis, é preciso ampliar o repertório cultural, dominar a semiótica, entender como funciona a percepção humana, afastar-se do hábito de copiar e se envolver, realmente, com o ato fotográfico.
Fonte:Petapixel
Livre tradução e texto complementar: Andreia Bueno
Escola de Fotografia Studio3 & Sesiminas
*Todas das fotos são de autoria de Drew Hopper
22 de Dezembro de 2015
Breve estarei aí com vcs! Nesse mundo fascinante que é fotografar.
ResponderExcluirSeja benvinda, Luciana! Teremos um 2016 cheio de boas novidades na Escola.
ExcluirEsperamos, que se sinta em casa! Abraços