sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O RESULTADO FINAL DA SUA FOTOGRAFIA . A IMPRESSÃO

Fotógrafos, que se dedicam realmente, sabem quanto esforço é necessário para se obter uma imagem perfeita e que não há maior prazer, do que ver o resultado de seus esforços numa impressão ampliada com qualidade – perceber a satisfação de um cliente ao abrir um belo álbum ou expor e admirar suas fotografias são momentos únicos, comuns aos profissionais e hobbistas.

Para os que foram iniciados na fotografia na época dos filmes, imprimir fotografias digitais parece complexo – talvez, porque antes da era digital, bastava fotografar e entregar os filmes no laboratório, para depois, buscar todas as fotos em papel.
O mesmo processo pode ser feito com os arquivos digitais, bastando para isso, levar a mídia com as fotos já tratadas ao minilab e solicitar as cópias no papel escolhido. Podemos ainda, enviar os arquivos pela internet e receber as cópias através do correio.


A era da fotografia digital trouxe inúmeros benefícios aos fotógrafos e um deles é a possibilidade de editar e tratar cada foto ao gosto do cliente, sob nossa perspectiva estética.
Pular essa etapa significa não se beneficiar de um dos mais relevantes estágios do processo, que nos possibilita maior controle sobre o resultado final do trabalho.
Assim, o fotógrafo cuidadoso, que deseja se destacar no mercado – comercial ou autoral – precisa conhecer e dominar os aspectos do processo de impressão digital.

Primeira Etapa . Organização de Arquivos

Organize e Selecione seus arquivos de imagem.
Antes de imprimir, organize e selecione as fotos, que por qualquer razão, você considera, que merecem ser ampliadas e guardadas.

A fotografia digital nos trouxe a possibilidade de inúmeros clicks sem qualquer custo a mais, o que não ocorria na fotografia com filme. Vem daí, a tendência de acumulo de arquivos, o que ao longo do tempo, implica em maior desgaste dos computadores e das mídias de armazenamento. Além disso, um volume maior de arquivos dificulta a busca de imagens para impressão ou qualquer outro fim.

Dessa forma, torna-se fundamental o hábito de um workflow eficiente, que inclua pré-seleção, armazenamento das imagens em pastas e sub-pastas, nomeadas conforme tema, data, uso de palavras-chave adequadas, facilitando o trabalho de busca.

Para isso, contamos com softwares dedicados, que tornam o trabalho mais eficaz.


Questões Técnicas

Mesmo que utilizemos as configurações automáticas dos sofwares, é essencial compreender algumas questões técnicas, para se chegar o melhor resultado. Os dispositivos da cadeia – câmeras, monitores, impressoras, minilabs - são pre- configurados para um padrão básico. Essas configurações não são adequadas para se atingir um resultado, que fuja do básico, sendo necessário o uso de procedimentos menos automatizados.

Algumas variáveis podem influenciar a qualidade das impressões digitais:

. Tamanho e resolução das imagens
. Fidelidade na reprodução das cores
. Papel e tecnologia de impressão utilizada.

Resoluçao


A resolução é primeiro fator técnico a se observar e talvez, uma das maiores dos fotógrafos digitais.

Na fotografia analógica, a imagem é formada pela sensibilização de pequenos grãos depositados sobre a película dos filmes – os sais de prata.

Na fotografia digital, a imagem é formada por pequenos elementos, provenientes de sinais elétricos gerados pelos sensores, chamados pixels – picture elements. A quantidade e qualidade dessas micro estruturas são responsáveis pela definição da foto. A resolução é definida pela quantidade de pixels ou pontos na imagem.

Ponto Fundamental

Quando lidamos com resolução, é preciso sabe que é diferença entre a resolução de captura das câmeras e a resolução de saída – resolução de impressão.


Resolução de Captura – dimensionada em total de pixels de um arquivo de imagem.
Resolução de Saída – dimensionada em “pontos por polegada” – dpi – dots per inch.


Visando a padronização, os minilabs e fabricantes de impressoras fotográficas criaram uma tabela indicando as resoluções adequadas para os vários tamanhos de impressão.
Mesmo que a imagem sofra outras interferências, como por exemplo, o ruído, a tabela representa uma referência, para os que desejam ampliações com qualidade e segurança.


Na pratica, isso significa que um arquivo de 2 megapixels é suficiente para fazer uma ampliação no formato 10x15 cm, com qualidade ótima.
Ha exceções à regra - dependendo da qualidade ótica e do sensor do dispositivo (câmeras e scanners) utilizado para captura da imagem, a ampliação máxima possível pode variar.

Mesmo que cada dispositivo de impressão tenha sua própria resolução, foi definido um padrão, visando uma imagem de qualidade e para que não ocorra pixelização - para que a imagem tenha uma boa resolução, deve ter aproximadamente 300 dpi.

Para saber os valores de forma exata, basta verificar as dimensões do arquivo a ser impresso, através da utilização de um software, como o Adobe .

Interpolação . Quando o Arquivo não possui a resolução necessária

Quando o equipamento não gera arquivos com a resolução necessária para uma impressão em determinado tamanho, podemos lançar mão de um recurso chamado “Interpolação”, que consiste em criar dados, antes inexistentes, através de cálculos de valores intermediários, como base dois valores próximos, conhecidos.

Na prática, interpolar uma imagem significa alterar a quantidade de pixels, para mais ou para menos, aumentando ou reduzindo o tamanho do arquivo, através de um software.

Alguns softwares como o Perfect Resize da OnOne, foram desenvolvidos especialmente, para essa etapa do trabalho, sendo de grande valia na interpolação de arquivos, com a menor perda possível.
Mesmo com a utilização de programas dedicados, a alteração da quantidade original de pixels implicará em alguma perda de resolução – quanto maior for a alteração, maior a perda da qualidade.

No caso de ampliação da imagem, o processo de interpolação cria pixels com base nos valores dos dados vizinhos.
No caso de redução da imagem , ocorre o embaralhamento dos pixels, implicando em perda da nitidez.

. Precisamos conhecer a resolução do equipamento escolhido, tanto de captura quanto de saída, para se obter uma boa imagem.


O próximo passo é garantir, que as cores sejam reproduzidas de forma correta.

Falando de Cores

O gerenciamento de cores é um processo fundamental, na cadeia de impressão.
Conhece-lo e aplica-lo é garantia de um controle maior sobre a fidelidade de cores do arquivo final.

Tanto no sistema analógico como no digital, as três cores básicas a serem reproduzidas são: vermelho, azul e amarelo – seja no mesmo espaço de cores, como no caso de cópias em minilabs (processo químico) ou em CMYK (impressão em tinta).

Esse espaço de cores é conhecido como RGB – Red, Blue, Green - é amplamente utilizado em scanners, monitores, televisões, nas películas fotográficas e em qualquer dispositivo, que opere no sistema de “Cor Luz” ou “Sistema Aditivo”.

Uma das questões mais delicadas da impressão é o controle e a fidelidade das cores durante o processo, que vai desde a captura ate a impressão, pois as cores apresentam variações, de dispositivo para dispositivo, de espaço de cor para espaço de cor.
A primeira providência para se obter controle das cores ao longo do processo é trabalhar com um monitor dedicado e calibrado – é através dele, que realizamos o tratamento das imagens e sua visualização, sendo responsável pela diferença entre o que vemos e o que imprimimos.
Para calibrar corretamente o monitor, utiliza-se um equipamento especifico – o colorímetro. Podemos ainda, realizar os ajustes manualmente, valendo-se do material impresso como base de referencia, acertando a regulagem do brilho, contrataste e cor, através de avaliação visual, ate que cheguemos ao resultado esperado.
Alguns minilabs fornecem uma prova de impressão e um arquivo digital de referencia, para que os clientes tentem calibrar seus monitores, buscando um resultado mais aproximado possível.
Infelizmente, apesar de esse método parecer mais fácil, ele não produzirá resultados exatos.
O ideal é contratar um serviço de gerenciamento de cores, prestado por pessoas ou empresas especialistas no assunto.
Calibrado o monitor, devemos estar atentos à calibragem dos dispositivos de impressão. Como cada dispositivo possui sua própria configuração, é fundamental criar perfis de impressão, de acordo com as configurações de cada minilab ou bureau de impressão, que será utilizada.
Existem perfis elaborados pelos fabricantes dos dispositivos e outros, mais exatos, criados por usuários, conhecidos por “custom profiles”, que levam em conta a impressora, o papel, as tintas e método utilizado para impressão.

· Impressoras caseiras costumam vir acompanhadas de seu próprio software, que permite a instalação de perfis criados pelas mesmas.

Para fotógrafos, que preferem usar laboratórios profissionais e que buscam maior fidelidade na reprodução de cores, sugerimos solicitar ao laboratório escolhido, o perfil de reprodução desejado.
Se seu sistema - monitor e impressora - estiver calibrado corretamente, você poderá utiliza-lo como laboratório de impressão, realizando os ajustes, que desejar.

A utilização do gerenciamento de cores é uma grande vantagem do sistema digital – ele permite que o fotografe tenha o controle de todo processo, o que pode ser encarado como a solução de todos os problemas no acerto das cores e exposição das fotos.

Que Processo de Impressão Escolher?

Depois dos dispositivos calibrados, imagens selecionadas e tratadas, é o momento de escolher um, entre os processos de impressão disponíveis – essa escolha dependerá do projeto gráfico e da mídia de saída, que pode ser um álbum encadernado com fotos em papel fotográfico, um fotolivro em papel couchê, um banner em lona, uma peça em papel de algodão em fine art, entre outros.

No próximo post, detalharemos alguns dos processos de impressão mais comuns e tipos de papéis disponíveis.



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