domingo, 9 de outubro de 2016

A COMPOSIÇÃO PARA OS MELHORES RETRATOS

Retratos são narrativas sobre o retratado e costumam manter o foco no próprio sujeito, mas isso não quer dizer, que devemos dispensar outros elementos da cena.
Pelo contrário, incluir outras informações visuais de forma equilibrada, enriquece a fotografia, dizendo muito sobre o modelo.
Além disso, o fotógrafo conta com outra arma poderosa para criar uma imagem interessante e agradável - a composição, que está intimamente, relacionada com a direção.
O fluxo num retrato pode, por exemplo, ser criado através do posicionamento sutil das mãos, que levarão o olhar do espectador, ao centro de interesse da foto, que no caso dos retratos, tende a ser o rosto.


 

Da mesma maneira, em retratos com tomadas mais amplas, o corpo e os outros elementos de cena devem ser cuidadosamente colocados, de forma a guiar o olhar do espectador pela imagem - isso afeta não só o equilíbrio visual, mas também a atmosfera da fotografia.
Para melhor dirigir as pessoas nas sessões fotográficas, entender a linguagem corporal como uma forma de comunicação não-verbal é de grande utilidade.
A pose do modelo tem enorme influência na forma como o espectador percebe o retrato - mãos e braços muito próximos ao corpo, quando analisados em conjunto com outros elementos, transmitem a impressão se tensão.
Veja aqui um breve texto a respeito na Wikipédia!

O ângulo de tomada - altura da câmera em relação ao retratado - também interferirá na interpretação do retrato - quando realizamos o enquadramento de baixo para cima (contra mergulho), ampliamos a importância do modelo dentro do quadro e transmitimos a impressão de "grandeza", de "domínio".
Esse ângulo de enquadramento em especial, provoca distorções desagradáveis na figura e por isso, deve ser aplicado com muito cuidado.

De outra forma, quando enquadramos - ligeiramente - de cima para baixo (mergulho), valorizamos o rosto, os olhos e aproveitamos melhor a iluminação.
No caso de retratos, o mergulho deve ser usado com cuidado, a fim de não transmitir sensação de "fraqueza" e "submissão" do sujeito, muito comum, quando há exagero.
 
Para que não haja distorção, o eixo da objetiva - que deve ter uma distância focal média entre 70 e 100 mm - precisa estar alinhado com os olhos do sujeito.
Outra boa prática para se obter retratos interessantes e dinâmicos é a aplicação da regra dos triângulos, idealizada para que uma composição onde prevalecem direções diagonais, se torne equilibrada e agradável.
A Regra dos Triângulos criada pelos gregos, estabelece que deve-se dividir o quadro com uma linha diagonal de um dos cantos superiores ao oposto inferior, formando assim, dois triângulos retângulos.
De cada um, deve-se encontrar a altura relativa à hipotenusa (lado maior) - os pontos onde as retas, que representam as alturas de cada um dos triângulos, tocam a diagonal inicial representam os pontos de interesse da composição.
O ideal então, é enquadrar de forma que as áreas mais interessantes do retrato coincidam com os pontos de interesse.


O essencial - regras existem para serem desafiadas e antes de qualquer boa composição é preciso, que o retrato carregue a alma do retratado e que consiga transmiti-la ao espectador.

Andreia Bueno . Outubro . 2016
Studio3 Escola de Fotografia



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