O assunto é constante entre nossos alunos e amigos
fotógrafos – há uma grande quantidade de pessoas, que se lançam profissionalmente
no mercado da fotografia, sem sequer saber os fundamentos técnicos – compram uma
câmera digital, uma objetiva extra de corpo comprido, que faz muita vista
diante de clientes desavisados, “criam” uma logo sem o menor conceito, giram o
dial de modo para o “automático” e iniciam a caminhada truncada se dizendo “fulano
de tal – photographer”.
Alguns, até leem artigos na internet, mas são tantas e tão
desorganizadas as informações coletadas, que se tornam mais um estorvo do que
esclarecimento. Outros, nem se dão ao trabalho. De uma forma ou de outra,
começam as campanhas de divulgação de sua nova atividade de forma voraz – são afáveis,
simpáticos e solucionam qualquer problema, que o possível cliente apresente,
inclusive, de poder aquisitivo.
Infelizmente, por não terem buscado formação, não sabem
sequer definir seu custo, sendo impossível, estabelecer seu lucro – de certa
forma, tumultuam o mercado, oferecendo serviços por preços irreais.
Os amadores - vamos chama-los assim por delicadeza, embora
uma boa parte dos amadores que conheço, tenha estudado e domina, amplamente, a
arte fotográfica.
A diferença é que não desejam fazer da fotografia, sua
profissão, mantendo-a como hobby.
A ignorância no âmbito do gerenciamento de carreira faz com
que o amador cometa erros, que não oferecem chance de reparo – durante o
período em que atua, ele acaba “quebrando”, mas antes, quebra também o
fotógrafo profissional, que trabalha no mesmo nicho de mercado e não foi
precavido, mantendo uma reserva financeira para suportar os eventuais “tsunamis”
aos quais, toda profissão está sujeita.
Meu conselho aos profissionais – administrem muito bem seus
recursos, reservando um percentual de todos os trabalhos, para eventualidades.
Se os amadores são tão despreparados, por que conseguem
captar clientes?
Aqui, inúmeras variáveis entram em cena.
Todos sabemos, que
algumas pessoas nascem com um senso estético apurado, com feeling para captar o
melhor. É uma grande vantagem. Mas dois fatores determinam a possibilidade de
um pseudo sucesso dos amadores:
. Nem todos os possíveis clientes sabem distinguir, de
pronto, a boa e má fotografia.
. Grande parte dos possíveis clientes é bastante susceptível
às abordagens de marketing ostensivas – e os amadores fazem isso, sem saber o
que estão fazendo, até chegarem num ponto em que se tornam “over”.
. A política de precificação escolhida pelos amadores atrai,
invariavelmente, clientes que contratam pelo preço, dando menor valor à
qualidade.
E assim, eles vão correndo de lá para cá, de cá para lá, até
que o sonho termina – não há sucesso sem esforço, tempo de amadurecimento, determinação,
investimento, muito estudo, experimentação orientada e suor.
Costumo dizer a meus alunos, que não se preocupem com os
amadores e suas políticas irracionais de preço e atuação – não estamos focados
no mesmo cliente, com certeza.
E o que queremos é uma carreira sólida, frutífera, capaz de
proporcionar prazer, reconhecimento e sustento a cada um que passa por nossa
escola.
E assim, todos são orientados, especialmente, sobre
precificação, estudo do mercado e administração de suas receitas.
O Cliente
Um dos problemas, que os amadores causam, não é segredo –
cobrando valores irrisórios, puxam os preços para baixo, acostumando o cliente
a receber serviços fotográficos, por quantias bem abaixo dos custos reais.
Em meio a esse turbilhão, muitos profissionais se sentem
obrigados a reduzir seus próprios preços, reduzindo seu padrão de vida e a
qualidade de seu trabalho, sob pena de ficarem sem serviço. Dessa forma, cedem
à pressão e, com o tempo, terminam por desistir de seu negócio.
O que precisamos é manter o preço justo e educar os clientes
– argumentar de forma objetiva, concisa, mostrando nossas necessidades e o
valor de nosso trabalho.
E se cobramos um preço mais alto, que os amadores, devemos
entregar um trabalho que justifique esse valor – qualidade e inovação, sempre!
É preciso surpreender o cliente! Ele merece todo nosso
empenho.
A Boa e a Má Fotografia
Além das minhas pesquisas, a fim de me inteirar do que anda
sendo produzido por aí – tanto na fotografia autoral, quanto na comercial –
tenho me deparado com verdadeiros absurdos.
Meus próprios alunos trazem questionamentos sobre “como esse
fotógrafo pode fazer sucesso e ter tantos clientes?”.
Trata-se de avaliações, não só da técnica fotográfica,
quanto da capacidade de discursar imageticamente, o que só se adquire com
estudo e experimento.
Nesse mês de Abril, finalizamos um Workshop de Fotografia
Newborn & Bebês , que foi iniciado em Março. Elaborei o programa com
cuidado, buscando abordar todas as variantes do tema. Fiz questão, inclusive,
de uma palestra com uma pediatra sobre as particularidades desses pequeninos.
Realizamos duas práticas – e ainda está pendente, uma terceira. Os alunos,
tenho certeza, absorveram o que deve ser ensinado a alguém, que já tem
conhecimento prévio sobre fotografia e quer se especializar.
Durante as aulas, visitamos sites de fotógrafas, que se autodenominam
profissionais – encontramos problemas de focagem, enquadramentos mal feitos, que
por distorção, deixaram os pequenos com cabeças gigantescas; headbands com
flores enormes, que aproximaram as menininhas de Carmem Miranda; recém-nascidos
colocados em cestas e malas, que mal lhes cabiam; produções com elementos, que
nada tinham a ver com o tema; falta de conceito e de conhecimento sobre
estética (principalmente, peso visual), evidente no excesso de tecidos mal
arranjados, usados para enrolar os bebês; e o que mais me impressionou – a direção
de algumas fotografias, em que os pequenos parecem não ter vida!
Isso, em alguns poucos sites que visitamos.
O mesmo acontece com a fotografia sensual feminina, que
resvala no mau gosto e em outras áreas.
Fica claro o despreparo de alguns, que não sabem o peso do
compromisso de registrar para sempre, um momento precioso na vida dos clientes.
Aqui, me lembro de duas máximas, que descrevem o destino dos despreparados:
01. "As coisas caem pelo próprio peso".
02. "Quem não tem competência, não se estabelece".
Mais cedo ou mais tarde, o mercado trata de eliminá-los.
É preciso estudar, sim e muito, constantemente.
Não só a técnica, porque a fotografia não se resume a isso.
Quem se deixa enganar, acreditando que saber manejar a câmera
é o suficiente, está fadado à mediocridade.
Eventualmente, tenho vontade de escrever sobre o assunto, o
que fiz agora.
Mas não me preocupo muito – sei que os que estão sob nossa
responsabilidade na Escola de Fotografia Studio3 & Sesiminas, alcançarão
seus objetivos e terão sucesso onde quer que atuem. Aqui, não abordamos,
apenas, a fotografia comercial.
Buscamos também, o desenvolvimento de uma
linguagem pessoal e consistente.
Vejo isso através dos nossos alunos, que já se formaram e
estão trabalhando, de outros, que estão construindo suas carreiras e dos
resultados das práticas dos que estão cursando o Profissional.
Eles acreditam em si mesmos e eu, acredito neles.
Clientes, quando contratarem um fotógrafo, verifiquem seu
portfólio e seu currículo – tenham certeza de que o valor que estão pagando,
vale cada centavo.
Tenham certeza de que estão lidando com profissionais
comprometidos com você!
Nossos alunos são Fotógrafos Profissionais.
Aqui, os resultados de alguns, que estão conosco, investindo
em formação profissional:
Fernanda Carrusca
Dagmar Amaral
Claudia Figueiredo
Paula Alves
Daniella Castro
Aos poucos, vamos mostrando o trabalho de nossos alunos.
Tenham uma ótima semana!
Andreia Bueno - todos os direitos reservados
sem duvida boas palavras, ufa como anda o mercado ao caminho de pedras e ler isso fortifica nossos egos...
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